quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jamil Murad protocola moção contra Bolsonaro na Câmara de SP

O vereador Jamil Murad, do PCdoB de São Paulo, protocolou nesta quarta-feira (30) moção de repúdio às declarações dadas durante o programa CQC do dia 28 pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na ocasião, Bolsonaro disse ter saudade da ditadura militar (1964-1985) e dos generais-presidentes. Além disso, disparou respostas homofóbicas e racistas para perguntas feitas por telespectadores.
“Não nos calaremos diante daqueles que enaltecem um episódio histórico tão triste quanto a ditadura”, disse Jamil durante sessão. Segundo ele, “a Constituição, a democracia e a igualdade são valores que devem guiar nossas ações como homens públicos e como sociedade”. E ressaltou: “As Forças Armadas são extremamente importantes para garantir a soberania nacional, mas não devemos nunca defender um golpe”.

Na moção, o vereador afirma que as “inadmissíveis” declarações de Bolsonaro também “podem ser configuradas como crime de racismo, crime este inafiançável” — e “devem ser veementemente repudiadas por todos os que se apresentam como favoráveis à igualdade e à democracia”.
 
Moção de repúdio às declarações racistas e homofóbicas do deputado Jair Bolsonaro
Considerando as declarações no último dia 28 do deputado Jair Bolsonaro, conhecido por sua posições anti-democráticas, quando declarou, mais uma vez, durante o quadro “ O Povo quer Saber” do programa Custe o que Custar (CQC) da Rede Bandeirantes, ter saudades da ditadura militar e dos generais interventores Geisel, Médici e Figueiredo;

Considerando ainda suas declarações racistas e homofóbicas e sua resposta, ao ser indagado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, quando, sem nenhum pudor respondeu que não iria “discutir promiscuidade com quer que fosse” e que não corria “esse risco porque” seus “filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente, como lamentavelmente” era o dela . Declarou ainda que considera o homossexualismo como uma questão de promoção de maus costumes e decorrência de má-educação, de falta de pai presente na educação dos filhos;

Considerando que o teor destas declarações podem ser configuradas como crime de racismo, crime este inafiançável;

Considerando que tais declarações são inadmissíveis e devem ser veementemente repudiadas por todos os que se apresentam como favoráveis à igualdade e à democracia;

Considerando que nossa sociedade constitui-se num Estado Democrático de Direito, tendo como fundamento a dignidade da pessoa humana e como objetivo fundamental a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme discriminado nos artigos 1º e 3º da Constituição Federal;

Propomos ao Egrégio Plenário, com fundamento e na forma regimental, a manifestação desta Edilidade no sentido de repudiar tais declarações, solicitando que cópias da presente Moção sejam enviadas ao Congresso Nacional, à Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Congresso Nacional e ao Ministério Público.

Sala das Sessões, 30 de março de 2011.

Jamil Murad
Vereador do PCdoB

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