segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Santas Casas de SP decidem parar no dia 8 de abril


Todas as 422 Santas Casas de São Paulo vão paralisar as atividades em 8 de abril, em protesto por reajuste no valor pago pelo Ministério da Saúde em 100 procedimentos médicos, que incluem consultas, exames e cirurgias. Serão realizados apenas os atendimentos urgentes.


De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) a tabela não é reajustada desde 2008, o que teria feito com que as instituições fechassem 2012 com dívida de R$ 12 bilhões.

A paralisação foi decidida na manhã desta segunda-feira (25), em uma reunião do chamado movimento “Tabela SUS Reajuste Já”, na Assembléia Legislativa de São Paulo. Nela ficou decidido que gestores dos hospitais irão amanhã (26) à Brasília buscar apoio de parlamentares e conversar com membros do governo federal. Segundo o movimento, a defasagem na tabela pode gerar um déficit anual de até R$ 5 bilhões.

O movimento pede também a interferência da presidenta Dilma Rousseff e o encaminhamento do problema junto aos Ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Saúde. O presidente da Fehosp, Edson Rogatti, alertou que o “quadro é realmente grave”, mas afirmou que acredita que “este não será o ano do colapso das Santas Casas”, mas “o ano do nosso renascimento”.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou, em nota, que o órgão já repassou mais de R$ 400 milhões para a manutenção dos serviços das Santas Casas nos últimos dois anos, sendo R$ 222 milhões em 2012 e R$ 220 milhões em 2011. “Os recursos foram aplicados no custeio de procedimentos ambulatoriais e hospitalares, incluindo exames, consultas e cirurgias”, aponta o texto. 

Além disso, o órgão informou que liberou, em março de 2011, um crédito para empréstimos de R$ 2 bilhões para santas casas, hospitais e entidades filantrópicas, em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2012 o montante foi reajustado para R$ 2,5 bilhões.

Rogatti, no entanto, afirma que os hospitais não conseguem acessar o crédito, pois os bancos de varejo – que operam as transações até R$ 10 milhões – estariam criando entraves devido aos juros reduzidos em comparação às transações convencionais. O BNDES informou, via assessoria de imprensa, que está negociando com a Caixa Econômica Federal para que esta realize os empréstimos. Informou também que 15 hospitais já contrataram o empréstimo, totalizando de perto de R$ 1,7 bilhão.

Fonte: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Jornal desmascara Yoani Sánchez e revela como blogueira frauda seguidores nas Redes Sociais


YOANI SÁNCHEZ JÁ RECEBEU O EQUIVALENTE A 1.488 ANOS DE SALÁRIOS MÍNIMOS CUBANOS POR SUA ATIVIDADE OPOSITORA. DINHEIRO SUFICIENTE PARA VIVER TRANQUILAMENTE EM CUBA ATÉ O RESTO DE SUA VIDA

Yoani Sánchez Cuba Mentiras FarsaO influente diário mexicano La Jornada publica um texto do professor e jornalista francês Salim Lamrani, que demonstra a falsa liderança da blogueira Yoani Sánchez na rede social twitter, alcançado não por seguimento natural de audiência, mas pela intervenção de tecnologias e grandes somas de dinheiro.
A quarta parte dos partidários de Yoani no twitter são fantasmas sem seguidores ou “mudos” que jamais escreveram um tuiter. Em junho de 2010, a blogueira chegou a ter, em um único dia, 700 novos adeptos, o que só é possível através de robôs de software – já que ela diz que tem acesso à internet apenas via celular ou a por uma conexão semanal em um hotel.

Quem está por trás de Yoani Sánchez?

Salim Lamrani
Yoani Sánchez, famosa blogueira cubana, é uma personagem peculiar no universo da dissidência cubana. Nenhum opositor foi beneficiado a exposição midiática tão massiva, nem de um reconhecimento internacional semelhante em tão pouco tempo. Após emigrar para a Suíça em 2002, ela decidiu retornar a Cuba dois anos depois, em 2004. Em 2007, integrou o universo de opositores a Cuba ao criar seu blog “Generación Y”, e se torna uma crítica feroz ao governo de Havana.


Nunca um dissidente cubano – muito menos no mundo – conseguiu tantos prêmios internacionais em tão pouco tempo e com uma característica particular: deram a Yoani Sánchez dinheiro suficiente para viver tranquilamente em Cuba até o resto de sua vida. Na realidade, a blogueira tem retribuído à altura os 250 mil euros que recebeu, o que equivale a mais de 20 anos do salário mínimo em um país como a França, a quinta potência mundial. O salário mínimo em Cuba é de 420 pesos, o equivalente a 18 dólares ou 14 euros. Isto é, Yoani Sánchez recebeu 1.488 anos de salários mínimos cubanos por sua atividade opositora.
Yoani Sánchez tem estreita relação com a diplomacia estadunidense em Cuba, como demonstra um documento “secreto”, por seu conteúdo sensível, emitido pela Seção de Interesses Norteamericanos (Sina). Michael Parmly, ex-chefe da Sina em Havana, que se reunia regularmente com Yoani Sánchez em sua residência diplomática pessoal como indicam os documentos confidenciais da Sina, manifestou a sua preocupação em relação à publicação dos documentos diplomáticos dos EUA pelo WikiLeaks: “Ficaria muito incomodado se as numerosas conversações que tive com Yoani Sánchez fossem publicadas. Ela poderia pagar as consequências por toda a sua vida”. A pergunta que vem imediatamente à mente é a seguinte: por quais razões Yoani Sánchez estaria em perigo se a sua atuação, como afirma, respeita o marco da legalidade?
Em 2009, a imprensa ocidental divulgou massivamente a entrevista que o presidente Barack Obama havia concedido à Yoani Sánchez, e que foi considerado um fato excepcional. Yoani também afirmou que enviou um questionário similar ao presidente cubano Raúl Castro e que o mesmo não se dignou a respondê-lo. No entanto, os documentos confidenciais da Sina, publicados por WikiLeaks contradizem essas declarações. Foi descoberto que foi um funcionário da representação diplomática estadunidense, em Havana, quem, de fato, redigiu as respostas à dissidente e não o presidente Obama.
Mais grave ainda, Wikileaks revelou que Yoani, diferente de suas afirmações, jamais enviou um questionário a Raúl Castro. O chefe da Sina, Jonathan D. Farrar, confirmou a informação através de um e-mail enviado ao Departamento de Estado: “Ela não esperava uma resposta dele, pois confessou que nunca enviou (as perguntas) ao presidente cubano”.

A conta de Yoani Sánchez no twitter

Yoani Sánchez Twitter Redes SociaisAlém do sítio Generación Y, Yoani Sánchez tem uma conta no twitter com mais de 214 mil seguidores (registrados até 12 de fevereiro de 2012). Somente 32 deles moram em Cuba. Por outro lado, a dissidente cubana segue a mais de 80 mil pessoas. Em seu perfil, Yoani se apresenta da seguinte maneira: “Blogger, moro em Havana e conto a minha realidade através de 140 caracteres. Tuito, via sms sem acesso à web”. No entanto, a versão de Yoani Sánchez merece pouco crédito. Na realidade é absolutamente impossível seguir mais de 80 mil pessoas apenas por sms, a partir de uma conexão semanal em um hotel. É indispensável um acesso diário para isso na rede.
A popularidade na rede social twitter depende do número de seguidores. Quanto mais numerosos, maior a exposição da conta. Da mesma maneira, existe uma correlação entre o número de pessoas seguidas e a visibilidade da própria conta. A técnica que consiste em seguir diversas contas é utilizada para fins comerciais, assim como para a política durante as campanhas eleitorais.
O sítio www.followerwonk.com permite analisar o perfil dos seguidores de qualquer membro da comunidade do twitter. O estudo do caso Yoani Sánchez é revelador em vários aspectos. Uma análise dos dados da conta do twitter da blogueira cubana, realizada através de seu sítio, revela que a partir de 2010 houve uma atividade impressionante de sua conta. A partir de junho de 2010, ela se inscreveu em mais de 200 contas por dia, em uma velocidade que poderia alcançar até 700 contas em 24 horas. Isto é, passar 24 horas diretas fazendo isto – o que parece improvável. O resultado é que é impossível ter acesso a tantas contas em tão pouco tempo. Então, parece que isto só é possível através de um robô.
Da mesma maneira, descobrimos que cerca de 50 mil seguidores de Yoani são, na realidade, contas fantasmas ou inativas, que criam a ilusão de que a blogueira cubana goza de uma grande popularidade nas redes sociais. Na realidade, dos 214.062 perfis da conta @yoanisanchez, 27.012 são novos (e sem fotos) e 20.600 são de características de contas fantasmas com atividades inexistentes na rede (de 0 a 3 mensagens enviadas desde a criação da conta). Entre estes fantasmas que seguem Yoani no twitter, 3.363 não têm nenhum seguidor e 2.897 seguem somente a blogueira, assim como a uma ou duas contas. Algumas apresentam características bastante estranhas: não têm nenhum seguidor, seguem apenas Yoani e emitiram mais de duas mil mensagens.
Esta operação destinada a criar uma popularidade fictícia, via twitter, é impossível de ser realizada sem acesso à internet. Necessita de um apoio tecnológico e um orçamento consequente. Segundo uma investigação realizada pelo diário La Jornada, com o título “El ciberacarreo, la nueva estrategia de los políticos en Twitter”, sobre operações que envolviam os presidenciáveis mexicanos, diversas empresas dos Estados Unidos, Ásia e América Latina oferecem este serviço de popularidade fictícia (“ciberacarreo” ou em português ciber transporte) por elevados preços. “Por um exército de 25 mil seguidores inventados no twitter , escreveu o jornal, pagam até dois mil dólares, e por 500 perfis manejados para 50 pessoas é possível gastar entre 12 mil a 15 mil dólares”.
Yoani Sánchez emite, em média, 9,3 mensagens por dia. Em 2011, a blogueira publicou uma média de 400 mensagens por mês, O preço de uma mensagem em Cuba é de um peso convertido (CUC), o que representa um total de 400 CUC mensais. O salário mínimo em Cuba é de 420 pesos cubanos, ao redor de 16 CUC. Yoani Sánchez gasta, por mês, o equivalente a dois anos de salários mínimos em Cuba. Assim, a blogueira gasta em Cuba com o twitter, um valor correspondente, caso fosse francesa, a 25 mil euros mensais ou 300 mil euros por ano. Qual a procedência desses recursos para estas atividades?
Outras perguntas surgem de maneiras inevitáveis. Como Yoani Sánchez pode seguir a mais de 80 mil contas sem acesso permanente a internet? Como conseguiu se inscrever em 200 contas diferentes por dia, desde de junho de 2010, com índices que superam até 700 contas/dia? Quantas pessoas seguem realmente as atividades da opositora cubana na rede social? Quem financia a criação das contas fictícias? Qual o objetivo? Quais os interesses escusos detrás na figura de Yoani Sánchez?
Salim Lamrani é graduado na Universidade de Sorbone, professor encarregado dos cursos da Universidade Paris-Descartes e da Universidade Paris-Est Marne-la-Vallée e jornalista francês, especialista nas relacões entre Cuba e Estados Unidos. Autor de Fidel Castro, Cuba y Estados Unidos (2007) e Doble Moral. Cuba, la Unión Europea y los derechos humanos (2008), entre outros livros.
Iroel Sánchez em La Pupila Insomne.  Tradução de Sandra Luiz Alves
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/02/jornal-desmascara-yoani-sanchez-e-revela-como-blogueira-frauda-seguidores-nas-redes-sociais.html

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Comitê Estadual divulga resolução para 2013


A preparação para as eleições de 2014 dominam o conteúdo da Resolução divulgada nesta sexta-feira, 8, pelo Comitê Estadual do PCdoB/SP. Elaborado na reunião realizada no dia 2 de fevereiro, o documento aponta 2013 como um ano estratégico para o fortalecimento do PCdoB em nível estadual e nacional. Ressalta ainda a fundamental importância do Congresso Nacional do partido que acontece neste final de ano.



Leia abaixo a Resolução na íntegra e acesse aqui o Calendário 2013 das atividades do Comitê Estadual.

RESOLUÇÃO 

O Comitê Estadual do PCdoB/SP reunido no dia 02 de fevereiro de 2013, tendo como debate as eleições de 2014, decide:

1- As eleições de 2014 terão como marca principal o debate sobre a continuidade e avanço do projeto aplicado pelos governos Lula/Dilma ou a sua interrupção. Os comunistas devem lutar pelo aprofundamento das mudanças de caráter democrático, popular e social e ajudar na unidade e ampliação do apoio político e social para a continuidade deste projeto em âmbito nacional. Devem ainda combater e denunciar o sistema de oposição que, além dos partidos, conta com a ação decidida de boa parte do poder midiático e de parcela do judiciário;

2- As eleições de 2012 representaram forte revés para o PSDB no Estado de São Paulo. As derrotas na capital e em importantes cidades, divisões e perda de aliados revelam desgaste e dificuldades. É possível impor uma derrota para o tucanato em São Paulo, o que representaria um grande avanço para o Estado e um impulso grande no aprofundamento das transformações do país. O PCdoB deve buscar ter protagonismo na construção de um amplo campo político que tenha identidade com o desejo de mudança dos paulistas e consiga amplo apoio social e eleitoral para abrir um novo ciclo político em nosso estado;

3- O desafio central do Partido nacionalmente é ampliar nossa bancada de deputados federais. Para São Paulo, nossa meta deve ser alcançar ao menos três mandatos de federal para ajudar a colocar o Partido em outro patamar nacionalmente e para reforçar nossa atuação no estado. Em tempo realizaremos o debate sobre qual a melhor tática para atingirmos esta meta, mas, no momento, a possibilidade de coligação aparece como a mais viável;

4- A vitória obtida para a Assembléia Legislativa com chapa própria em 2010 estabeleceu um patamar do qual não devemos retroceder. Portanto, devemos trabalhar ativamente para constituir uma poderosa chapa própria para deputados estaduais, que possibilite partirmos da manutenção das duas vagas que temos e perseguirmos a ampliação de nossa bancada, além de contribuir de maneira decisiva para a eleição de nossos federais;

5- Para atendermos aos objetivos anteriores é imprescindível uma ampla e decidida campanha de filiação de novas lideranças em nosso partido, para que possam ajudar política e eleitoralmente a mudar São Paulo e continuar transformando o país. Precisamos abrir as portas para inúmeros quadros preparados que podem ver no Partido seu lugar para a ação política e eleitoral. O prazo para filiações que possam disputar o pleito de 2014 é fim de setembro;

6- Este esforço eleitoral que exigirá nossas melhores energias. Por isso, todos nossos vereadores eleitos devem, a priori, considerarem que farão parte de nossas chapas, o que deve fazer com que esses mandatos já se configurem como mandatos/campanha. Também os ocupantes de funções em administrações devem contribuir para esse desafio ou diretamente onde avaliarmos que seria o caso de candidatura ou com o compromisso de apoio a este projeto. Também nossos deputados estaduais e federais estão sendo chamados a já iniciarem as ações de pré-campanha. Todas as direções partidárias e militantes devem atuar intensamente em função destes objetivos;

7- Os comunistas devem renovar sua atuação junto aos movimentos sociais e sindicais, perseguindo uma ação mais destacada e ampliada, em sintonia com os desafios da política estadual e nacional, em especial em torno da luta pelo desenvolvimento nacional, pela democratização da mídia e pela reforma do judiciário;

8- Nesse ano realizaremos nosso Congresso Nacional, momento maior de nossa democracia e da definição de nossa luta política, para o qual devemos dirigir especial atenção e dedicação. Por tudo isso, 2013 é decisivo para ampliarmos nossa atuação em todas as frentes na busca de um Partido mais forte e influente socialmente, nos preparando para o embate de 2014 que enfeixa a possibilidade de avançarmos mais nacionalmente, abrirmos novo ciclo político em São Paulo e obtermos um crescimento expressivo dos comunistas na Alesp e na Câmara Federal. Vamos ao desafio.

Comitê Estadual do PCdoB/SP

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Portuários se reúnem com Gleisi Hoffmann para discutir MP 595


Entidades representantes dos trabalhadores portuários se reúnem, nesta quarta-feira (14), com a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, para discutir agenda de discussões sobre plano do governo que versa sobre a gestão do portos no país.


Joanne Mota, da Redação em São Paulo


Foto: Anderson Bianchi
Em entrevista ao Portal Vermelho, Mário Teixeira, presidente da Federação Nacional dos Conferentes de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Consertadores e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib), explicou que "a reunião é de caráter técnico e marca o início dos debates em torno das propostas do governo que regulamentam o funcionamento dos portos".


O dirigente também destacou que a categoria não é contra a iniciativa do governo de fomentar o desenvolvimento da logística do país, mas salienta que esta iniciativa não deve abrir espaço para a privatização do setor. 

Teixeira, que também compõe a Direção Plena da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), destacou que dentre as questões que serão avaliadas, está a Medida Provisoria 595, que abre brechas para que o sistema seja privatizado e possibilita a precarização do trabalho nos portos.

Indicativo de greve

Sobre a informação de que a categoria está em estado de greve, Teixeira esclareceu que essa notícia não procede e que se houver greve, esta só ocorrerá após plenária que será realizada no dia 21 de fevereiro. "No dia 21, os sindicalistas decidem se vão paralisar as atividades. Os trabalhadores estão organizados para realizar greve em âmbito nacional, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas".

Em Brasília, os portuários farão visita aos gabinetes de senadores e deputados para pedir apoio a emendas prioritárias para a categoria. No dia 21 também será discutida a aprovação de um plano de lutas.

Sobre a MP 595

De acordo com estudo do Dieese - Subseção na Federação Nacional dos Portuários, a MP 595 prevê que o contrato de concessão possa abranger, “no todo ou em parte, a exploração do 
porto organizado e sua administração”, permitindo conceder também a gestão dos portos, atualmente exercida pelas Autoridades Portuárias, à iniciativa privada. 

Agenda de ação

De acordo com informações da Fenccovib, a categoria também planeja se reunir nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro, em Brasília, para articular mobilização contra reflexos da Medida Provisória 595/12 que cria novo regulamento para o setor portuário. 

Estarão presentes portuários de todo o Brasil representantes dos sindicatos vinculados à Federação Nacional dos Portuários (FNP), Federação Nacional dos Estivadores (FNE), e Federação Nacional dos dos Conferentes de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Consertadores e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib).

Os trabalhadores questionam a falta de transparência na elaboração da MP, a concessão da administração do porto, o esvaziamento de função das autoridades portuárias, a retirada do texto da legislação de garantias de proteção aos portuários.

Além disso, causa polêmica a liberação para terminais privados, fora da área do porto organizado, movimentarem cargas de terceiros, o que segundo Guterra enfraquece o porto público e gera concorrência desleal. Além de precarizar o trabalho portuário, pois esses terminais não utilizam trabalhadores avulsos registrados no Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), contrariando convenção 137 da OIT, da qual o Brasil é signatário.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Imprensa brasileira não é democrática


Por Emir Sader, no sítio Carta Maior:

A imprensa tradicional brasileira, a velha mídia, não é democrática, de qualquer ponto de vista que seja analisada.

Antes de tudo, porque não é pluralista. Do editorial à ultima página, a visão dos donos da publicação permeia tudo, tudo é editorializado. Não podem, assim, ter espaço para várias interpretações da realidade, deformada, esta, pela própria interpretação dominante na publicação, do começo ao fim.

Não é democrática porque não contém espaços para distintos pontos de vista nas páginas de debate, com pequenas exceções, que servem para confirmar a regra.

Não é democrática porque expressa o ponto de vista da minoria do país, que tem sido sistematicamente derrotada desde 2002, e provavelmente seguirá sendo derrotada. Não expressa a nova maioria de opinião política que elegeu e reelegeu Lula, elegeu e provavelmente reelegerá a Dilma. A imprensa brasileira expressa a opinião e os interesses da minoria do país.

Não é democrática, porque não se ancora em empresas públicas, mas em empresas privadas, que vivem do lucro. Assim, busca retorno econômico, o que faz com que dependa, essencialmente, não dos eventuais leitores, ouvintes ou telespectadores, mas das agências de publicidade e das grandes empresas que ocupam os enormes espaços publicitários.

São empresas que buscam rentabilidade para sobreviver. Que não se interessam por ter mais público, mas público “qualificado”, isto é, o de maior poder aquisitivo, para mostrar às agências de publicidade que devem anunciar aí. São financiadas, assim, pelas grandes empresas privadas, com quem têm o rabo preso, contra cujos interesses não vão atuar, o que seria dar um tiro no próprio pé.

Não bastasse tudo isso, as grandes empresas da mídia privada são empresas de propriedade familiar. Marinho, Civita, Frias, Mesquita – são não apenas os proprietários, mas seus familiares ocupam os postos decisivos dentro de cada empresa. Não há nenhuma forma de democracia no funcionamento da imprensa privada - são oligarquias, que escolhem entre seus membros os seus sucessores. Nem sequer pro forma há formas de rotatividade. Os membros das famílias ficam dirigindo a empresa até se aposentarem ou morrerem, e designam o filho para sucedê-los.

Tampouco há democracia, nem sequer formal, nas redações dessas empresas. Não são os jornalistas que escolhem os editores. São estes nomeados – e eventualmente demitidos – pelos donos da empresa, os que decidem as pautas, que têm que ser realizadas pelos jornalistas, com as orientações editorializadas da direção.

Uma mídia que quer classificar quem – partidos, governos etc. – é democrático, é autoritária, ditatorial, no seu funcionamento, tanto na eleição dos seus dirigentes, quanto na dinâmica das suas redações.

Como resultado, não é estranho que essa mídia tenha estado ferreamente contra os mais populares e os mais importantes dirigentes políticos do Brasil – Getúlio e Lula. Não por acaso estiveram contra a Revolução de 30 e a favor do movimento contrarrevolucionário de 1932 e o golpe de 1964, que instalou a mais a sangrenta ditadura da nossa história.

Coerentemente, apoiaram os governos de Fernando Collor e de FHC, e se erigiram em direção da oposição aos governos do Lula e da Dilma.

Em suma, a velha imprensa brasileira não é democrática, é um resquício sobrevivente do passado oligárquico do Brasil, que começa a ser superado por governos a que – obviamente – essa imprensa se opõem frontalmente.

A democratização do país começou pelas esferas econômica e social, precisa agora chegar urgentemente às esferas políticas – Congresso, Judiciário – e à imprensa.

País democrático não é só aquele que distribui de forma relativamente igualitária os bens que a sociedade produz, mas o que tem representações políticas eleitas pela vontade popular, e não pelo poder do dinheiro. E que forma suas opiniões de forma pluralista e não oligárquica. Um país em que ninguém deixa de falar, mas em que todos falam para todos.