quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A controvérsia sobre a desigualdade de renda no Brasil


Editorial Portal Vermelho

Um estudo sobre distribuição de renda no Brasil, feito pelo instituto World Wealth and Income Database, levou alguns partidários do neoliberalismo de plantão a tentarem atacar uma conquista obtida pelo povo brasileiro na última década: a diminuição da desigualdade.

O caso do estudo do World Wealth and Income Database serve como uma luva para o debate. O estudo é realmente científico e seria leviandade tentar desqualificá-lo. Ele suscita um debate importante sobre os critérios usados quando se trata de distribuição de renda. E mostra, realmente, a extrema concentração que ocorre no Brasil, da renda e da propriedade.

A questão exige reflexões mais profundas. O estudo baseou-se em dados da Receita Federal brasileira, que incluem o conjunto das rendas provenientes do trabalho (salários) e também ganhos do capital (lucros, dividendos, aluguéis, juros, etc.).

Tradicionalmente se mede a concentração de renda, no Brasil, com dados do IBGE, que computam informações dadas pelos próprios entrevistados. E que quase sempre são formuladas em níveis salariais.

Os resultados variam, de acordo com o critério usado. Estudos com base em dados da Receita Federal levam em conta dados sobre renda, que incluem ganhos salariais e lucros do capital. E podem mostrar que a desigualdade não diminuiu desde 2003, como indica o estudo do World Wealth and Income Database, ou teve queda modesta. Mostram, como diz o economista Pedro Ferreira de Souza, do Ipea, que a redistribuição de renda que houve ocorreu entre os 80% mais pobres, “e não dos mais ricos para os mais pobres”. Esta é a limitação real do que aconteceu no Brasil e prejudicou muito as classes médias, embora tenha favorecido as camadas de renda mais baixa.

Há um aspecto muito importante, que precisa ser destacado – a diferença entre salários e rendimentos do capital. São coisas cuja natureza completamente diferente precisa ser destacada.

Esta diferença entre salários e rendimentos do capital ajuda a entender porque o estudo do World Wealth and Income Database pode dizer que não houve diminuição na desigualdade. Ajuda a entender como a redistribuição de renda realmente ocorreu no Brasil. Nenhum estudo pode negar que o aumento da fatia dos salários no conjunto da renda nacional cresceu. Ela passou de 45,2% em 1996 para 48,9% em 2007, e cresceu desde então, até começar a ser revertida depois do golpe que levou Temer ao poder, em 2016.

A melhoria da renda dos brasileiros se refletiu objetivamente na melhoria da qualidade de vida, e resultou na retirada de milhões de pessoas da situação de miséria e da eliminação da fome, que volta, sob Temer, a assombrar os lares mais pobres.

A mudança ocorrida gera, de fato, controvérsias. Não se pode negar o que é visível: a desigualdade encolheu na última década. Não da maneira mais forte como deveria ocorrer, que aprofundaria a democratização no país. E necessita, ainda, a realização da reforma tributária para superar o caráter concentrador de renda do injusto sistema de impostos existente, que é recessivo, privilegia os mais ricos e onera a população de menor renda.

Mas o encolhimento da desigualdade ocorreu. E refletiu a mudança objetiva vivida pelo capitalismo brasileiro, que passa – como em toda nação moderna – a depender muito de um mercado interno forte, que é fator e resultado da melhor distribuição da renda. E que hoje, depois do golpe de 2016, sob a hegemonia da especulação financeira com Temer e Henrique Meirelles, está sob ataque da ganância improdutiva do capital que vive dos juros.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

30/09: Conferência do PCdoB de Santos



Em defesa da Nação, da Democracia, do Desenvolvimento e dos Direitos Sociais, o PCdoB de Santos realiza no dia 30 de setembro sua Conferência Municipal, a partir das 14h, na sede do Sintrasaúde (Avenida Ana Costa, 70), ao lado da Igreja Coração de Maria). 


A conferência é a consolidação de um rico processo de debates nas organizações de base partidárias e com a sociedade acerca das teses do 14º Congresso do PCdoB e do nosso papel na cidade. 

Agora, em Santos, é momento de apontar os rumos da atuação dos(as) comunistas do PCdoB e eleger a Direção Municipal para o próximo período.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

UBM: Intolerânia é violência! Dispa-se do seu preconceito!

A intolerância religiosa é considerada um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. O ato se manifesta em casos de violência física, como socos, apedrejamento, humilhações e isolamento social de pessoas, em negação da identidade religiosa por medo de represálias. Pesquisas feitas no Rio de Janeiro, registra que a maioria dos ofendidos são adeptos de religiões de matriz africana ou profissionais que abordam conteúdos dessas religiões em classe. 

Considerando esta informação temos muito pouco em políticas públicas no país que contribuam para avançar nesta questão, a referência é à Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, que atentam para as religiões de matriz africana. Em especial neste caso isso se fortalece muito através do discurso da Democracia Racial, importante lembrar a origem cultural que nasceu e sobrevive o racismo e o preconceito, instrumentos sociais de segregação de toda a sorte, especialmente da contínua redução das religiosidades dos negros e de suas herdeiras em ações do mal, "negras” na magia, nas intenções e na fé. 

Infelizmente no momento atual o Direito a liberdade de crença está sendo violado. Recentemente nos deparamos com cenas de repetidas provas do quão perverso é a Discriminação. O Rio de Janeiro tem sido palco de atos desumanos de Intolerância religiosa. São pessoas que em nome de sua “FE”, entre aspas, pois a fé não tem e nem deve ter nenhuma correlação com a violência, mas infelizmente são palcos do fundamentalismo que gerou na história do mundo, muito derrame de sangue muita tortura e muita dor, com a exemplo do Holocausto. 

Os terreiros de Religiões de Matrizes Africanas, vem sendo atacados cruelmente demonstrando o quanto a fragilidade e a inabilidade de um governo, na manutenção da cidadania reconhecendo o seu dever de garantir a Laicidade de Estado. 

O momento desmedido de tanta transgressão com a supressão de direitos essencialmente humanos, que foram conquistados as duras penas, levam a barbárie. Estamos no início de uma convulsão social aonde gerou-se subliminarmente uma falsa sensação de impunidade. 

Ao par e paço que o Governo Federal se desmantela perante a sociedade com tantas denúncias, mostra com a falta de ações práticas, a sua inabilidade para com a Responsabilidade Social e gerenciamento humano de nosso Brasil, reverberando diretamente nas condutas que deveriam ser defendidas como o Estado Laico e o direito da liberdade de expressão, seguido do dever constituído de oferecimento da cidadania. 

Nunca foi tão atual a frase de Simone de Beauvoir é um alerta certeiro: “nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. ” Sim pois o perfil da crise é exaltar todas estas questões que em maior profundidade é em nós que resvala. A violência apresentada com as mães de santo, a forma da humilhação também vinculada a questão de gênero e imbuída em inúmeros casos a questão da identidade sexual e de raça, mostra o retrocesso conservador tentando preencher os espaços que o povo ainda não se deu conta, mas que está aberto. 

O desafio aqui é sucumbir a ignorância, mas não teremos real possibilidade com um pais sem freios, e o freio, não pode se dar pela condução armada das forças militares como foi em um passado não muito distante, e sim, pela manifestação pública e democrática das Diretas Já. A organização social em todos os seguimentos, neste caso das Religiões de Matrizes Africanas devem ser apoiados urgentemente, por todos os setores que defendem a Justiça Social pelo pressuposto do Direito Humano. Precisamos retomar as rédeas do Estado Democrático de Direito, só assim poderemos continuar avançando sobre a implementação das políticas de prevenção, defesa e punição (legal) das violências sociais como Intolerância Religiosa, Racismo, Homofobia e Violência Contra a Mulher. 

A Constituição Federal estabelece que a liberdade de crença é inviolável, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos, o texto constitucional determina que os locais de culto e suas liturgias sejam protegidos por lei. A LEI 9.459, DE 1997, CONSIDERA CRIME A PRÁTICA DE DISCRIMINAÇÃO OU PRECONCEITO CONTRA RELIGIÕES. 

Sendo assim a pasta de Combate ao Racismo da União Brasileira de Mulheres, se coloca e chama a todas e todos, para a luta contra a Intolerância Religiosa, solidariza-se com todas e todos ofendidos e ofendidas, no seu direto de exercício de liberdade religiosa. Estamos juntas, e solidarias as mães de santo e pais de santo, que foram perversamente violentados. 

“SE NÃO DER PRA SER AMOR QUE SEJA PELO MENOS RESPEITO” 

Por Nenhum Direito a Menos. 

Combate ao Racismo - União Brasileira de Mulheres - UBM

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Centro dos Estudantes de Santos elege nova direção

Fundado em 1932, o Centro dos Estudantes de Santos (CES), histórica entidade estudantil da Baixada Santista, possui nova direção. Foi eleita, no domingo (17), a chapa 'CES com a força do estudante'.
Foto: Willians Pereira

Na segunda-feira (18), o recém-eleito presidente, o estudante de economia Caio Yuji de Souza, 19 anos, falou à Tribuna Cidadã da Câmara de Vereadores de Santos, onde afirmou que a nova gestão pretende se fazer presente nos espaços públicos de debate da região (confira em: http://tv.camarasantos.sp.gov.br/). 

Também vice-regional da UEE-SP, Yuji relatou que, desde o início deste ano, o movimento estudantil participou de diversas atividades como a Bienal e o Congresso da União Nacional dos Estudantes, o Congresso da União Estadual dos Estudantes de SP. Foram, segundo ele, atividades essenciais na formação do senso político dos estudantes da região, especialmente, no momento atual de negação à política. “Nós estudantes que pensamos a política como meio de transformar nossa realidade, construímos um congresso que perpassou mais de 15 universidades, em um processo que alcançou cerca de 2800 estudantes”, afirmou. 

 A nova gestão tem o objetivo de tornar o CES outra vez influente, propondo-se a marcar presença em todos os espaços públicos de debate sobre a região. Segundo Yuji, o primeiro ato da gestão será realizar um Conselho Metropolitano de Entidades (CME) para apresentar o planejamento da nova direção e debater uma nova perspectiva para os estudantes da região da Baixada Santista. 

ConCES 2017 

O Congresso do CES reuniu, no domingo (17), estudantes de 15 instituições de ensino superior da Baixada Santista, mais de 14 entidades de base, 65 delegados e mais de 100 estudantes para debater o futuro do movimento estudantil do CES, a entidade mais antiga em funcionamento do País.

Compuseram a mesa de debates as presidentas da UEE-SP e do DCE Fatec, Nayara Souza e Bia Aragão, o diretor de Universidades Públicas da UEE SP, Ergon Cugler, a ex-secretária geral da diretoria cessante, Wellida Gonçalves, e o antigo presidente do CES, Marcelo Arias. 

O ex-presidente do CES, Tarcisio de Andrade, tenta deslegitimar o processo – no tapetão – por meio de ação judicial em nome da ex-diretoria, envolvendo os demais integrantes sem o aval deles. Seis dos dez ex-diretores restantes já assinaram carta de repúdio a esta ação isolada, defendendo a legitimidade deste ConCES. Em outra atitude controversa, o ex-presidente também se recusou a entregar as chaves da histórica sede da entidade, impedindo que o congresso fosse realizado em seu lugar de direito, o que obrigou os estudantes a usar o auditório da subsede da Apeoesp. 

No dia 15, antes do Conces, a Comissão Metropolitana de Credenciamento e Organização - COMECO, eleita dia 13 de maio de 2017 pelo Conselho Metropolitano de Entidades (CME) para os fins de organização, credenciamento e coordenação dos trabalhos do Congresso do Centro dos Estudantes de Santos e Região - ConCES 2017 divulgou nota afirmando a lisura do processo e recriminando o comportamento do ex-presidente do CES (confira em: http://bit.ly/2hgFpKf).

Vermelho/SP, com texto de Carlos Souza

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

PCdoB de Santos lança tese do 14º Congresso na Casa Fórum

Nesta quarta-feira (13/09), a partir das 18h30, será realizado lançamento público da tese do 14º Congresso do Partido, com a realização de debate com o tema "Frente ampla e os desafios da unidade", a partir das 18h30, na Casa Fórum (Rua Primeiro de Maio, 57 - Aparecida, em Santos)

A apresentação do projeto de resolução política ("Frente Ampla: Novos Rumos para o Brasil) cabe ao jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa "Barão de Itararé". 

Contribuem para enriquecer este debate de ideias, o jornalista Renato Rovai (editor da revista Fórum), e o deputado constituinte de 1988, Koyu Iha. Já a mediação fica por conta de Carina Vitral, candidata a prefeita pelo PCdoB em 2016. 



O PCdoB de Santos coloca ao debate público suas análises e propostas para o Brasil superar a crise, buscando também ouvir opiniões diversas, por meio deste evento que antecede a Conferência Municipal do PCdoB na Cidade, que indicará os rumos do partido para o próximo período.


Confirme presença: 



Organizações de Base se preparam para Conferência Municipal do PCdoB em Santos