sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

UJS Baixada Santista e JPT Santos buscam unidade dos movimentos sociais na Região

Imagem: André Cypriano
Na sexta-feira passada (26/11), no Diretório Municipal do PT em Santos, foi realizada reunião de pré-lançamento da Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade, a JPT, que contou com a presença do presidente da UJS Baixada Santista, Ergon Cugler.

Debateu-se a atual conjuntura política, a respeito da PEC 55 (antiga 241) e MP 746 da antirreforma do Ensino Médio, além da necessidade de reorganização e unificação do Partido dos Trabalhadores, da unidade dos movimentos sociais e do campo progressista, tendo em vista a superação das dificuldades enfrentadas.

Segundo Ergon, a UJS se coloca à disposição para ajudar na construção dos movimentos sociais na Baixada Santista. “Nós acreditamos que a unidade dos movimentos sociais é o principal foco de resistência que nos resta frente a esse governo ilegítimo que se instaurou no País”, afirma.

“Essa unidade tem também como alvo o conservadorismo no Estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin, e na Baixada Santista, cuja figura central é o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa”, completa.

Já assumiram a presidência e a coordenação política da JPT de Santos, João Pedro Cardote e Leandro Rodriguez, respectivamente. De acordo com Rodriguez, o evento oficial de lançamento será marcado em breve - provavelmente, janeiro de 2017.

“É extremamente importante o apoio da UJS, um dos mais importantes movimentos de jovens do país. O apoio à JPT de Santos é fundamental, pois, se queremos construir a unidade, é só com atitudes como essa que podemos”, afirma Rodriguez.


Fonte: UJS Baixada Santista

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PCdoB: Fidel Castro figura no panteão dos gigantes da humanidade


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) divulgou, nesta segunda-feira (28) uma nota sobre a morte do líder cubano Fidel Castro ocorrida na noite de sexta-feira (madrugada de sábado no Brasil). O texto, assinado pela presidenta do Partido, Luciana Santos e por José Reinaldo Carvalho, secretário de política e relações internacionais, afirma que “desde a mais remota aldeia da Sibéria até as savanas da África, o nome de Fidel Castro Ruz soa como um grito de luta por liberdade e igualdade”. Para o PCdoB, “Fidel figura no panteão dos gigantes que lutaram pelo progresso da humanidade, enfrentando o atraso e o obscurantismo”. Leia abaixo a íntegra da nota.
Ao General de Exército Raúl Castro Ruz
Primeiro-Secretário do Partido Comunista de Cuba
Ao Comitê Central do Partido Comunista de Cuba
Queridos camaradas,
Em nome dos dirigentes e militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressamos nossa profunda consternação diante da morte do inesquecível comandante Fidel Castro Ruz.
Fidel Castro foi o principal líder de uma revolução que libertou o povo cubano dos grilhões da dominação imperial, e conduziu sua nação ao caminho do desenvolvimento soberano, com justiça social e liberdade.
Tal feito, em sua dimensão e profundidade, é inédito na história da Nossa América. Sua ousadia e pioneirismo empolgou milhões ao redor do mundo, tendo Fidel tornado-se depositário do carinho e da afeição de pessoas de todos os recantos do globo. Desde a mais remota aldeia da Sibéria até as savanas da África, o nome de Fidel Castro Ruz soa como um grito de luta por liberdade e igualdade.
Aos sórdidos e baixos ataques do inimigo, Fidel respondia sempre com invulgar e inabalável dignidade. Sobre Fidel, cabem as mesmas palavras que Engels pronunciou diante do túmulo de Marx:
“Foi o homem mais odiado e mais caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, expulsaram-no; burgueses, tanto conservadores como democratas extremos, inventaram ao extremo difamações acerca dele. Ele punha tudo isso de lado, como teias de aranha, sem lhes prestar atenção, e só respondia se houvesse extrema necessidade”.
De fato, Fidel venceu as tentativas de assassinatos, os ataques, as calúnias, sempre contando com a força de sua gente e com a solidariedade dos povos do mundo. Solidariedade que ele e Cuba prestaram mais do receberam.
Todos devemos muito a Fidel Castro Ruz. Seu exemplo seguirá inspirando gerações de lutadores pela justiça social.
O PCdoB considera que Fidel figura no panteão dos gigantes que lutaram pelo progresso da humanidade, enfrentando o atraso e o obscurantismo.
Inclinamos reverentes nossas bandeiras vermelhas em memória de Fidel Castro ao mesmo tempo em que fazemos soar bem alto o brado altaneiro do eterno comandante:
Viva Cuba!
Viva a Revolução!
Até a vitória, sempre!
Luciana Santos
Presidenta do PCdoB
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Política e Relações Internacionais
Pelo Comitê Central do PCdoB

sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel, por Eduardo Galeano

E seus inimigos não dizem que apesar de todos os pesares, das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.

Por Eduardo Galeano

Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a unidade com a unanimidade.

E nisso seus inimigos têm razão.

Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal como o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo. E nisso seus inimigos têm razão.

Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes. E nisso seus inimigos têm razão.

Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo.

E seus inimigos não dizem que Cuba é um raro país que não compete na Copa Mundial do Capacho.

E não dizem que essa revolução, crescida no castigo, é o que pôde ser e não o quis ser. Nem dizem que em grande medida o muro entre o desejo e a realidade foi se fazendo mais alto e mais largo graças ao bloqueio imperial, que afogou o desenvolvimento da democracia a la cubana, obrigou a militarização da sociedade e outorgou à burocracia, que para cada solução tem um problema, os argumentos que necessitava para se justificar e perpetuar.

E não dizem que apesar de todos os pesares, apesar das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.

E seus inimigos não dizem que essa façanha foi obra do sacrifício de seu povo, mas também foi obra da pertinaz vontade e do antiquado sentido de honra desse cavalheiro que sempre se bateu pelos perdedores, como um certo Dom Quixote, seu famoso colega dos campos de batalha.

(Do livro “Espelhos, uma história quase universal”)

Tradução: Eric Nepomunceno



Fonte: Portal Vermelho

Maria Leite: Gracias, Fidel!

Na ofensiva global contra o capitalismo, que busca se impor em todo o mundo como sistema único e final, no sombrio continente americano, surgiu Fidel, como a personalidade mais lúcida de nossa época no enfrentamento aos que tentam nos neocolonizar.

Maria Leite *

Uma fortaleza nas lutas, dotado de um otimismo e uma fé na humanidade incomparáveis, forte de caráter, um gladiador invicto, era impressionante vê-lo tão comovido diante das dores humanas, assim nas explosões semelhantes a um vulcão, com sua voz enérgica, na denúncia dos crimes do imperialismo.

Nos dias difíceis de 1958, em Sierra Maestra Fidel prognosticou o que seria a sua vida, em carta escrita, a Celia Sánchez, sua abnegada companheira de lutas, num mínimo pedaço de papel. - “Ao ver los foguetes que atiraram en casa de Mario, jurei, a mim mesmo que os americanos irão pagar bem caro pelo que estão fazendo. Quando esta guerra acabar, começará para mim, uma guerra muito mais longa! A guerra que voy a echar contra eles. Me dou conta que esse será meu verdadeiro destino”.

Fidel foi alguém capaz de desprender-se de tudo, transitória ou definitivamente; alguém a quem nenhum bem material interessou, alguém que renegou a covardia, que não suportou a indisciplina e a grosseria. Um Homem, como todos que cometeu erros, mas é um mestre na percepção da realidade concreta no sentido de reconhecer os erros e corrigi-los prontamente.

Sabia ademais colocar-se acima dos problemas e fazer valer o princípio de unidade entre os cubanos.

Enfim, que ideias defendeu Fidel, o que o distingue de outras figuras de sua época? A lealdade aos princípios, a visão estratégica, a compreensão profunda dos males que assolam a humanidade: o sistema de opressão, de exploração e guerra aos povos com o fim de saqueá-los.

Fidel desenvolveu ao longo dos anos a rebeldia. Com pulso firme, segurou a bandeira, manteve Cuba no caminho do socialismo e comandou a continuidade da Revolução, fundindo o pensamento marxista-leninista e o legado de Martí.

Homem de cultura, professor e pedagogo por vocação, capaz de compreender cabalmente que sem educação não há possibilidade alguma de se lograr um sistema social justo e sustentável.

No início dos anos 1990, a contrarrevolução alastrava-se pelo mundo. Quando foram arriadas as bandeiras da União Soviética, colocando um ponto à história do chamado Campo Socialista, surgiu a “teoria” das circunstâncias. Segundo esta, a diligência soviética havia atuado como num tabuleiro; tocou-se a primeira peça e, em cadeia, todas as demais iriam caindo. Dentro dessa lógica, Cuba também deveria cair.

Em meio ao alarido, Fidel advertiu: “Não se esqueçam de que essa ficha, da qual vocês falam, está demasiado distante no geográfico e no histórico”.

Os discursos de Fidel Castro inauguraram em Cuba um modo original de relação de um líder com seu povo. Sua palavra, comprometida de forma indissolúvel com a ação, desprovida de retórica banal, ensinou aos cubanos a crer e levantar suas ideias, massacradas por décadas de politicagem durante república mediatizada.

Nas palavras proferidas em Cienfuegos na festa de 26 de julho de 1999: “Não há país com mais moral, nem mais capaz de defender suas verdades. Não há país mais transparente na sua conduta para enfrentar todas as tramoias e prepotências. Nada das propostas mencionadas contra Cuba nos mete medo, nem o mínimo. Não temos receio nem da notícia de que um meteoro vem direto à Terra. Há muito tempo o nosso povo aprendeu a não ter medo de nada e de ninguém. Aos sem pátria, nada lhes importa, a eles e aos que os apoiam. Subestimaram o nosso país quando julgaram que ao derrubar o campo socialista e desintegrar a URSS, derrubar-se-ia a Revolução Cubana. Mas aqui está um povo tenaz e valente”.

Esse impulso contagiou a todos os cubanos e resgatou a dignidade dilacerada. Fidel sempre considerou que o internacionalismo anti-imperialista era um dever e uma necessidade, num mundo onde o egoísmo se instala em qualquer parte.

Praticou todo tipo de ajuda e estendeu a mão generosa de um povo, através de seus médicos, professores e milhares de profissionais ao mundo. O triunfo da Revolução Cubana em 1° de janeiro de 1959 veio com importantes transformações sociais na história, não apenas da América Latina, mas também de todas as forças progressistas no mundo.

Ao derrotar as estruturas estabelecidas, Fidel Castro colocou em cheque não somente o poder da oligarquia de Batista, mas situou os seres humanos no foco de um novo projeto de sociedade onde a solidariedade e o internacionalismo são protagônicos.

Quando Mandela estava preso, visto e tratado pelas nações “livres” do mundo como um “arruaceiro”, Cuba foi o único país do mundo que jamais negou a ele solidariedade e defesa incondicional. Tanto foi assim, que o primeiro país que Mandela visitou ao ser colocado em liberdade foi Cuba. Mandela falando aos cubanos, em Matanzas no dia 26/07/1991: "Na África estamos acostumados a sermos vítimas de outros países, que querem explorar o nosso território ou subverter a nossa soberania. Na história de África não existe outro caso de um povo que tenha se levantado em defesa de um de nós"

Quem melhor do que Fidel vem prognosticando o futuro da humanidade? Disse ele em 2010: “Oponho-me ao cinismo e às mentiras com que agora querem a ocupação da Líbia. Pode-se ou não concordar com Khadafi. Mas será preciso esperar o tempo necessário para conhecermos com rigor, o quanto há de verdade ou mentira. Uma mistura de fatos de todo tipo que, em meio do caos, se produzem na Líbia. O que para mim se torna evidente é que ao governo dos Estados Unidos não lhe preocupa minimamente a paz na Líbia e não vacilará em ordenar à Otan invadir esse rico país, talvez em breves dias. Da minha parte, não imagino o líder líbio abandonando o país, fugindo às responsabilidades que lhe imputam. Qualquer pessoa honesta sempre reagirá contra uma injustiça que seja cometida contra qualquer povo do mundo, e o pior disso, neste instante, seria guardar silêncio diante do crime que a Otan se prepara para cometer contra o povo líbio. A chefia dessa organização bélica quer fazê-lo com urgência. É preciso denunciar isso."

Em discurso pronunciado por ocasião do 60° aniversário de seu ingresso no curso de Direito, no dia 17 de novembro de 2005, Fidel Castro resumiu, melhor do que ninguém, a sua existência. Rodrigo Díaz de Vivar, mais conhecido como El Cid Campeador, amarrado a seu cavalo, colocou em fuga os apavorados inimigos, mesmo depois de morto. Nesse homem, o líder da revolução cubana buscou a imagem perfeita para definir a sua própria trajetória de lutas, seu exemplo de resistência, determinação e garra, típicos dos vencedores.

A todos chega seu dia, mas Fidel irá guerrear e vencer batalhas até depois de morto. O papel de Fidel na orientação do movimento revolucionário é definitivo, porque nenhum líder correu tantos riscos pessoais e nem se entregou, de forma tão concreta, à luta.

Num transcurso de 40 anos se planejaram mais de 600 complôs homicidas contra Fidel Castro. Em outras cifras, durante 40 anos, a cada 82 dias se intentou assassinar o líder cubano. Se não é recorde mundial é um bom resultado, digno de medalha olímpica.

A todos nós, a quem a vida proporcionou condições para entender o legado de Fidel, apenas resta um sonho: que façamos por merecer tantas lições! Fidel, gracias por tuas ideias, por tua ação tão coerente, e acima de tudo gracias por teu fuzil! Com Fidel, até a vitória, sempre!



*É pedagoga, membro da Associação José Marti de Santos (SP) e militante do PCdoB em Santos (SP)

Comandante Fidel Castro, presente!

Bolívar lançou uma estrela que junto a Martí brilhou e Fidel a dignificou para andar por estas terras.

Impossível não recordar estes versos, da Canção para a unidade latino-americana, no momento em que Fidel Castro se despede da vida.

Neles o compositor Pablo Milanês colocou, com felicidade, na mesma linha histórica, três gigantes da luta pela liberdade em nossas terras: Bolivar, José Martí e Fidel Castro.

Tristeza e consternação - estas palavras indicam o sentimento provocado pelo fim de uma vida longa dedicada à construção de um mundo novo, de justiça, liberdade e igualdade.

A luta de Fidel Castro começou faz mais de meio século, quando era ainda estudante e se engajou na batalha que nunca abandonou. Aos 90 anos de idade, deixa a vida mantendo o mesmo empenho e ímpeto revolucionário que abraçou quando jovem.

Mesmo seus detratores são obrigados a reconhecer a importância da luta popular e libertadora que dirigiu desde a década de 1950, deixando um exemplo histórico a ser seguido pelos revolucionários.

O jornal The New York Times, em sua edição deste sábado (26), por exemplo, diz ter sido “muito mais que a repressão e o medo” o que manteve Fidel Castro e a revolução no poder. Para multidões, reconhece o diário novaiorquino, ele foi “um herói revolucionário para a posteridade”, tendo sido talvez “o líder mais importante da América Latina desde as guerras da independência do início do século 19”.

Afastado do exercício do governo em 2008, Fidel Castro comandou uma transição vitoriosa do poder revolucionário em Cuba. Sua atuação, desde então, foi sobretudo ideológica, no combate ao imperialismo, em defesa da soberania nacional, da revolução em Cuba e no mundo, em busca de um mundo mais justo para todos, um mundo onde as mazelas do capitalismo sejam superadas.

Ele se afasta do cenário neste momento mas permanece em seu exemplo e suas ideias, que vencerão!

Comandante Fidel Castro, presente!



Fonte: Portal Vermelho

domingo, 13 de novembro de 2016

Determinismo ou liberdade absoluta? Nem um, nem outro (de um debate sobre Ética…)

Por Cesar Mangolin (*)

Há uma tentativa de conceber a vida humana como determinada integralmente. Essa tentativa não é somente de algumas vertentes religiosas, mas também de algumas dadas concepções científicas. Sem dúvida, embora em campos bem distintos, a conclusão de cientistas e religiosos conflui para o mesmo veredicto: há um destino, uma pré-determinação, a ausência de autonomia do humano diante do inexorável caminho a seguir.

No campo da ciência há, de um lado, a defesa, à semelhança da física newtoniana, de que vivemos sob um conjunto de leis imutáveis que nos conduzem inexoravelmente por caminhos previsíveis; de outro, há a tentativa de naturalizar (daí o recurso à ciência) os comportamentos humanos, como se derivassem apenas de disposições genéticas, contribuindo para tanto muito pouco o contexto histórico no qual vivemos. Tal naturalização, que ocorre também no universo das ciências sociais (exemplo disso pode ser encontrado na economia clássica e no pensamento liberal em particular), tem na verdade outras intenções ou consequências: naturalizar o comportamento humano permite justificar determinados aspectos que, se fossem tratados como históricos, políticos, culturais exigiriam uma intervenção de outro tipo e, inclusive, solução: exemplos disso são as tentativas de justificar (naturalizando) as desigualdades sociais, a exploração de grupos étnicos, a exclusão de determinados grupos por gênero, orientação sexual etc..

De outro lado, há a tentativa de definir o humano como totalmente livre, ou seja, capaz de tornar sua existência apenas o que bem quiser que ela seja, tomando as decisões ou “escolhendo” o caminho a seguir. No geral, por detrás da ideia da liberdade absoluta está outro mito do nosso tempo: a figura do indivíduo, compreendido com um ser singular que existe antes da vida social, sendo as instituições estatais responsáveis pela preservação dos direitos naturais e individuais (vida, propriedade privada, liberdade). Podemos encontrar esse tipo de compreensão no final do século XVII, em John Locke, pai do pensamento liberal, no Segundo Tratado Sobre o Governo Civil, que influenciou largamente tanto as ideias predominantes do movimento Iluminista, quanto a consolidação prática do ideário das revoluções que colocaram fim ao Antigo Regime na Europa Ocidental e na independência dos EUA, bem como nos movimentos de independência das colônias espanholas e portuguesas no século XIX. A permanência dessas ideias é compreensível, pois se tornaram funcionais à reprodução das sociedades capitalistas.

O fato concreto é que, indo para além das aparências e dos discursos fáceis de existencialismos diversos, podemos constatar com alguma facilidade que não somos nem livres totalmente, nem determinados completamente. Isso não significa buscar o meio termo para a solução do problema.

É claro que somos pessoas singulares, mas essas singularidades orgânicas pertencem a um conjunto de relações sociais determinadas historicamente. É o que permite com que falemos dos humanos como “produtos do meio”, ou seja, nós nascemos em lugares sociais que não escolhemos, em momentos históricos que não escolhemos e antes mesmo de tomarmos consciência de que somos seres vivos e que, como os demais, iremos morrer um dia, já somos amplamente influenciados e determinados pelo conjunto dessas relações e pela maneira como nos inserimos nelas. O “sujeito” é, antes de tudo, aquele que passou por esse processo de sujeição.

Pensar a liberdade humana, portanto, exige levarmos em consideração essas contingências. Devemos incluir para esse debate, categorias como possibilidade, probabilidade, necessidade e acaso. É o conjunto dessas circunstâncias que determinam nossa existência que abre “leques limitados de possibilidades”, diante dos quais fazemos escolhas, nem sempre de acordo com a vontade individual. O acaso deve ser entendido aqui como acontecimentos ou o encontro aleatório de elementos que pode abrir e fechar possibilidades, tornar algumas delas mais prováveis e outras mais distantes. A liberdade de escolha é, portanto, contingente, relativa, jamais absoluta.

Para a reflexão ética do nosso tempo, assim como aparece em autores mais antigos, tais considerações deveriam nos levar à tentativa de orientarmos essas escolhas e decisões contingenciadas tendo sempre em vista a concretização do bem comum, ou seja, adotarmos o critério da escolha que menos afete negativamente o conjunto e que mais traga benefícios coletivos, fugindo assim do culto ao indivíduo e do egoísmo e enfrentando, de fato, os problemas que tornam as nossas relações sociais desiguais e violentas. Aqui, novamente, a figura mítica do indivíduo deve ser abandonada.


(*) Professor universitário, sociólogo e filósofo. Militante do PCdoB.

Trump Presidente: Expressão política do reacionarismo e decadência do imperialismo estadunidense



O republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos, derrotando a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, que despontava como favorita em todas as pesquisas de opinião pública e era tida como imbatível pela mídia burguesa, seus analistas de política internacional, acadêmicos e chancelarias mundo afora. Derrotado também o presidente Barack Obama, apesar do propalado carisma e fabricada popularidade. Os republicanos venceram também as eleições legislativas tanto na Câmara como no Senado.

Por José Reinaldo Carvalho*

A campanha foi marcada por uma retórica agressiva, escândalos, acusações pessoais, que expuseram as vísceras de um sistema político vendido como “a maior democracia do mundo”, mas que é de fato decadente e falido, uma plutocracia cada vez mais distante dos princípios democráticos.

Ganhou um magnata, demagogo, populista de direita, sexista, racista, anti-imigrantes, xenófobo, com traços fascistas, o que indica o crescimento de uma tendência de direita acentuada, o aumento da ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e do povo, uma manifestação no âmbito político da profunda crise estrutural e sistêmica da sociedade estadunidense, expressão dos impasses do sistema capitalista-imperialista, das incuráveis lacerações da sociedade americana.

O aprofundamento da crise nos Estados Unidos implica a adoção de políticas ainda mais antipopulares pela burguesia imperialista e revela o caráter reacionário de suas instituições. É falso dizer que venceu a “antipolítica” ou a negação da política. Na verdade, venceu uma política determinada, ainda mais direitista, que explora um sentimento disseminado de rejeição às instituições. É igualmente uma ilusão supor que Hillary representasse uma vertente “progressista”. Ela foi a candidata do ” establishment”, da convergência entre o partido democrata e setores do republicano.

Da lama em que estão submersos Hillary Clinton e Donald Trump nada emergirá de bom para os povos.

Hillary não representava, a mera “continuidade”, a “estabilidade” e “previsibilidade”, uma situação “fácil de lidar” por aliados e adversários dos Estados Unidos, como pretendem os analistas de fancaria que previram a sua “vitória acachapante”. Sua eleição já seria por si mesma uma escalada na política imperialista, seria mais, muito mais do mesmo em termos de agressividade contra os povos. Imbuída da ideia de “restaurar a liderança mundial dos EUA”, afirmou durante a campanha que a manutenção da “segurança” do país e a difusão dos “valores americanos” seriam as suas prioridades. Prontidão militar e fortalecimento de alianças seriam os seus métodos preferenciais, para exercer uma política externa “sem medo”. Intervencionismo ainda maior na região do Oriente Médio, reafirmação da aliança com o Estado sionista israelense e contenção da Rússia e da China faziam parte da sua plataforma de política externa.

Quanto a Trump, embora centrado em temas de política interna, deixou claro durante a campanha seu caráter agressivo, sua tendência ao uso da força e a reafirmação dos piores traços da política externa imperialista. O presidente eleito afirmou na campanha que priorizará a restauração da força, do poder, da grandeza e da primazia dos interesses dos Estados Unidos no mundo, mesmo que para isso precise sacrificar os interesses de seus aliados mais próximos. Prometeu ampliar o poder militar, capacitando o país a não sofrer ameaças de absolutamente ninguém, defendeu a imprevisibilidade das ações da superpotência, a modernização e o uso das armas nucleares.

Quanto às relações com a China e a Rússia, diz que pretende uma “convivência pacífica”, mas garantiu que irá traçar um limite e responder duramente quando alguém o ultrapassar.

Há muita incerteza e novos temores no mundo sobre o que ocorrerá depois que o presidente eleito tomar posse na Casa Branca. Na essência, as linhas gerais da agressividade dos Estados Unidos tendem a se manter. A superpotência norte-americana é o maior fautor de guerras de agressão e do militarismo no mundo. Suas despesas militares ultrapassam os 500 bilhões de dólares, suas bases militares, mais de oitocentas, encontram-se espalhadas em todos os continentes em mais de uma centena de países. Seu braço armado para a Europa e toda a região do Atlântico Norte, a Otan, expande-se para Leste e atua nas campanhas bélicas do Oriente Médio e na Ásia Central.

Suas frotas navais singram os mares mundo afora, exercendo o poder marítimo como concepção estratégica para o domínio do mundo. Seus comandos militares, instalados em regiões estratégicas, continuam cumprindo o papel de pró-consulados e de principais agentes da política externa dos Estados Unidos, que se confunde com as políticas de Segurança e Defesa.

No momento em que se acentuam as disputas entre os círculos mais reacionários das classes dominantes estadunidenses, concentrados nas cúpulas dos partidos democrata e republicano, os comunistas brasileiros reiteram seu empenho pela união dos povos, dos verdadeiros democratas, progressistas e anti-imperialistas, na luta pela soberania nacional, o progresso social, a justiça, o direito internacional e paz mundial.



* Jornalista, membro do Comitê Central, da Comissão Política Nacional, do Secretariado Nacional e responsável pela Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB

Fonte: Resistência (Site da Secretaria de Política e Relações Internacionais do PCdoB)

domingo, 30 de outubro de 2016

Memória e luta do PCdoB: rumo aos 95 anos!

“A defesa das liberdades democráticas e dos direitos do povo é uma das principais marcas do Partido Comunista do Brasil. Ao completar 94 anos de existência, neste dia 25 de março de 2016, o PCdoB encontra-se, mais uma vez, na linha de frente da resistência e do combate a um golpe que ameaça alvejar a democracia brasileira”, afirmou Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, em mensagem aos comunistas em razão do aniversário do Partido.

Apenas sete meses se passaram, o Brasil corre risco de cair em um processo de retrocesso irreparável comandado pelo usurpador Michel Temer. Enquanto isso, continua dura a luta em defesa dos direitos sociais e políticos do povo e de defesa da soberania e de uma política externa independente e altiva.

Apesar disso, estas mal escritas linhas tratam na verdade de apresentar uma ideia, de autoria da camarada Elis Granado (membro da Comissão de Comunicação), que será colocada em prática nos próximos meses: a cada semana abordaremos algum aspecto da trajetória do Partido Comunista do Brasil, saga que se confunde com a própria história do País.

“Um partido terá maior ou menor significado e peso precisamente na medida em que sua atividade particular tiver maior ou menor peso na determinação da história de um país”, afirmou o pensador marxista e cofundador do Partido Comunista Italiano, Antonio Gramsci.

É com esse espírito que buscaremos contar nossa trajetória no País, e também fazer o retrospecto da atuação do PCdoB em Santos e Região. Semanalmente, até o dia 25 de março de 2017, quando o Partido completará 95 anos.

Haverá outras novidades para dinamizar a comunicação do PCdoB de Santos, tendo em vista contribuir com a batalha de ideias e fortalecer o campo progressista e democrático - tão combalido nos últimos tempos... E atuar no resgate da memória das lutas populares, progressistas e democráticas.


Carlos Norberto Souza
Secretário de Comunicação do PCdoB/Santos

Ana Júlia e as lições de luta e resistência

Editorial do Portal Vermelho (29/10)


Os brasileiros tiveram uma lição de luta de grande importância nesta quarta-feira (26) quando, com tranquilidade e veemência, a estudante secundarista Ana Julia Ribeiro, de apenas 16 anos de idade, defendeu perante a Assembleia Legislativa do Paraná a luta dos jovens e as ocupações de escolas que se espalham pelo Brasil. Maior clareza seria impossível. Sabemos porque lutamos: contra o desmonte da educação e pelo Brasil, enfatizou. E o que aprendemos são lições que ficarão conosco pelo resto da vida, assegurou. 

Neste momento em que a crise política, institucional, econômica e social cresce, as palavras firmes de Ana Júlia reforçam a crença na disposição de luta dos brasileiros. 

O governo golpista de Michel Temer ascendeu ilegitimamente ao lugar que era da presidenta eleita Dilma Rousseff com a promessa de tirar o país da grave crise que cresceu desde a eleição de 2014. A promessa, vã, era de sanear as contas públicas e reencontrar o caminho do crescimento e da estabilidade. 

Não foi o que aconteceu entretanto, e desde a consumação do golpe, em 31 de agosto, as dificuldades aumentam em todas as áreas – social, institucional, econômica e política. O Brasil afunda em uma crise sem precedentes, e sem lideranças com legitimidade para reconduzi-lo à rota da normalidade. 

O retrato mais dramático da crise é o desemprego crescente que atinge 12 milhões de brasileiros; isto é, 11,8% dos trabalhadores. Este fantasma volta a assombrar depois de uma década em que, sob Lula e Dilma, ele parecia eliminado. 

Lutar pelo Brasil, como disse a estudante paranaense, é lutar pela educação e também pela valorização do trabalho e da renda, prioridades abandonadas depois do golpe de 31 de agosto, trocadas por uma austeridade fiscal ruinosa e enganadora que elimina direitos sociais e joga o custo da crise sobre o povo e os trabalhadores. 

E significa mais corretamente a tomada de assalto, pelos ricaços e sua representação política de direita, do poder de Estado e dos gigantescos recursos públicos outra vez postos à disposição apenas da especulação financeira, para o pagamento de juros exigidos pela ganância rentista. 

A hipocrisia midiática conservadora tenta dar curso à narrativa de que o golpe parlamentar-judicial (que chama de impeachment) ocorreu devido a desmandos cometidos pela presidenta Dilma Rousseff. Mas mal disfarça que o motivo real de seu afastamento foi o esforço para derrotar o projeto desenvolvimentista e nacionalista que estava no governo, e substituí-lo pelo desmonte da Constituição e do projeto de desenvolvimento favorável ao bem-estar dos brasileiros, da economia nacional e da soberania do país. 

A crise brasileira reflete o desmonte pelo governo golpista daquele projeto e o retorno do favorecimento apenas da especulação financeira e dos muito ricos, do Brasil e do exterior. 

Os objetivos do golpe ficam mais claros quando o direito de greve dos funcionários públicos (assegurado pela Constituição) é restringido a pretexto de impedir manifestações contra o governo golpista de Michel Temer. Ficam visíveis na projetada reforma trabalhista que elimina direitos conquistados com muita luta. Na reforma previdenciária que praticamente elimina o direito dos trabalhadores à aposentadoria e corta outros direitos. Na entrega da Petrobras e do pré-sal a empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas. 

À medida em que os verdadeiros objetivos regressistas do golpe ficam claros, a reação popular cresce. O exemplo mais visível, hoje, da intensa reação popular são as ocupações de escolas em protesto às investidas conservadoras contra a educação e o ensino. Outra grande expressão da luta popular é a resistência contra a PEC 241 (que congela por 20 anos os gastos do governo, mas não mexe no pagamento de juros à especulação financeira). 

Os estudantes que ocupam escolas pelo Brasil afora formam o batalhão de frente de uma luta que promete crescer. E que tem marcado, para o próximo dia 11 de novembro, um dia nacional de luta convocado pelo conjunto das centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, NCST, UGT, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas) e por organizações do movimento social, como a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. 

A luta crescerá e suas lições, de resistência democrática e nacional, podem fortalecem a consciência popular no rumo de novos e mais efetivos avanços.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

As ocupações e o compromisso dos estudantes com o Brasil

Editorial do Portal Vermelho (23/10)

É característica das ditaduras a reação policialesca do ocupante do Ministério da Educação, Mendonça Filho, à mobilização dos estudantes contra a reforma do Ensino Médio e o projeto de lei chamado de “Escola sem Partido” ou “Lei da Mordaça”, e contra a PEC 241 que reduz severamente as verbas públicas para a educação.

Em ofício enviado na quarta-feira (19) o MEC queria transformar os dirigentes dos institutos federais de educação em informantes. A resposta foi um claro “não” daqueles dirigentes, ao mesmo tempo em que a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) denunciou aquela tentativa policialesca e garantiu que as ocupações continuam.

As ocupações já abrangem mais de 1000 escolas, principalmente do ensino médio mas também em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e universidades. Embora seja mais forte no estado do Paraná, o movimento já chegou a vinte unidades da federação, revelando o alcance nacional da luta.

A juventude assume hoje a mesma posição de vanguarda que sempre teve nas lutas sociais. Por exemplo, em1966 esteve à frente da luta de massas que resistiu à ditadura militar ao se insurgir contra o Acordo Mec/Usaid que impunha uma reforma do ensino ao Brasil que, não por acaso, era semelhante à que o governo ilegítimo de Michel Temer quer impor meio século depois.

A juventude foi vanguarda também em 1977, no reinício das grandes manifestações de massa que marcaram o colapso da ditadura militar. E teve participação decisiva no Fora Collor, em 1992, contra igual ameaça neoliberal ao desenvolvimento democrático do Brasil e sua condição de nação soberana.

Hoje, a luta é semelhante, contra as mesmas forças conservadoras e de direita que pretendem manietar o ensino e transformá-lo em mero treinamento com escassa formação humanista, histórica e filosófica, a juventude insurge-se e diz, com voz poderosa: não!

As ocupações reapareceram em setembro, como resposta imediata ao anúncio pelo ocupante do MEC da intenção de impor, por Medida Provisória, aquilo que os estudantes chamam de “deformação do ensino médio”.

A resposta dos estudantes contra aquela “deformação” e a iniciativa policialesca e ditatorial do MEC foi a luta que se espraia pelo Brasil.

A Ubes rejeita as declarações do MEC que “no lugar do diálogo, prefere ameaçar e perseguir estudantes nas ocupações”. E garante: “permanecerão resistentes até que a MP da ‘Deforma’ do Ensino Médio seja revogada”.

A criminalização deste movimento, apelidado por seus líderes de “Primavera Secundarista”, é acompanhada pela mídia golpista, como se viu num editorial do jornalão paulistano O Estado de S. Paulo, que tentou desqualificar as ocupações como “atos que são criminosos, por afrontar a ordem jurídica”, e pede o uso da polícia contra os estudantes.

Os estudantes respondem com o compromisso histórico que têm não apenas com a juventude e a educação, mas também, com o Brasil e os brasileiros. Em nota divulgada na quinta-feira (20) a Ubes afirma: “somos lutadores do hoje para garantir um futuro melhor e mais justo para todo o povo brasileiro”. Os estudantes merecem a inteira solidariedade das forças democráticas e progressistas em sua luta em defesa da educação de qualidade e defesa da democracia seriamente golpeada pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Câmara de Santos (SP) aprova moção de repúdio contra PEC 241




Movimentos sociais e lideranças políticas de Santos (SP) mobilizaram a Câmara Municipal da cidade contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241. Nesta quinta-feira (20), a Câmara santista aprovou por unanimidade moção de repúdio à PEC 241, que congela por 20 anos recursos para saúde e educação. De acordo com o movimento social, é possível que esta seja a primeira iniciativa de uma Câmara Municipal no país contra a proposta de Michel Temer.

O requerimento que gerou a moção de repúdio foi de autoria do vereador Evaldo Stanislau (Rede), atendendo ao manifesto de professores e estudantes, entre elas as entidades União Paulista de dos Estudantes Secundaristas (Upes), União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e Sindicato dos professores do ensino oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Segundo Marquito Duarte, também integrante do movimento contra PEC 241, a Câmara de Santos fez história. “A cidade faz jus à sua história de lutas das tradições operárias, em defesa da democracia e de avanços sociais. Momento histórico”, declarou. Marquito concorreu à vereador pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) da cidade e tem atuação junto ao movimento dos trabalhadores.

A moção de repúdio da Câmara de Santos será encaminhada à presidência da República e ao Congresso Nacional. No texto do manifesto, anexado ao requerimento do vereador Evaldo, os movimentos afirmam que a PEC 241 “não só aprofunda a repressão, como fere de morte a Constituição e as conquistas sociais tão duramente conquistadas pelo nosso povo e promulgadas pelo grande brasileiro, Deputado Ulisses Guimarães, o sr. Democracia”.


sábado, 17 de setembro de 2016

Cunha fora, agora é Temer

Editorial - Portal Vermelho

A cassação, ocorrida na segunda-feira (12), do deputado Eduardo Cunha foi consequência positiva da forte pressão popular que ocupa as ruas desde o afastamento da presidenta Dilma Rousseff pelo fraudulento processo de impeachment, do qual o então presidente da Câmara dos Deputados foi um dos comandantes. E também articulador, no parlamento, do regressismo reacionário e fundamentalista que assomou à Presidência da República na figura ilegítima de Michel Temer, parceiro íntimo de Eduardo Cunha na conspiração golpista.

 A cassação de Eduardo Cunha só teve uma surpresa, o placar: 450 votos contra ele (quase 90% dos deputados), apenas 10 a favor e nove abstenções, sem contar os deputados que preferiram não comparecer à sessão de ontem, dentre estes o líder do governo, André Moura (PSC-SE). 

São muitas as tentativas de explicar aquele placar. Não é possível pensar que a quase totalidade dos que aprovaram o impeachment, na ignominiosa sessão de 17 de abril, tenham mudado de opinião! Não mudaram. O mesmo ódio político contra a esquerda e o PT, manifestado por Cunha em sua tentativa de defesa, move a maioria conservadora daqueles parlamentares.

Os deputados progressistas, democratas e nacionalistas votaram pela cassação de Cunha, junto com muitos outros, conservadores e da direita. O que levou estes a mudarem o voto – o mesmo voto que, há cinco meses, condenou Dilma numa sessão deplorável – foi seu arraigado sentido de sobrevivência política. O temor de enfrentar eleições (como esta, de 2016) carregando nas costas a responsabilidade por ataques contra direitos duramente conquistados pelo povo e pelos trabalhadores. E que os faz fugir da pecha pública de aliados da corrupção e de corruptos. Cunha, o insuflador do impeachment de Dilma Rousseff, tornou-se sinônimo do que há de mais condenável na política, aqueles que usam mandatos eletivos e cargos públicos apenas em benefício pessoal e de grupos privilegiados. 

A derrota do programa neoliberal de Temer e sua turma, exigida pelo povo nas ruas, não termina com a cassação de Cunha. O alvo da luta democrática agora é o presidente ilegítimo. Ele e Cunha encarnam o mesmo projeto, o mesmo golpismo, a mesma traição. 

O dínamo popular, que ocupa diariamente as ruas do Brasil exigindo Fora Temer e Diretas Já, ajuda a entender aquele “450 a 10” que escorraçou Eduardo Cunha do cenário político. E, que virada esta página, volta-se fortalecido contra o conluio de corruptos, antidemocratas, antipopulares e antinacionais que se instalou na Presidência da República. Dínamo que continua nas ruas e aumenta a força da exigência: Diretas Já.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Marquito Duarte defende políticas públicas para as mulheres

Em vídeo publicado em sua página no Facebook, o vice-presidente do PCdoB de Santos, Marquito Duarte afirma que "a Câmara Municipal pode e deve propor legislação e cobrar medidas do Executivo com relação às questões urgentes das mulheres".

Após se reunir com ativistas da luta pela emancipação da mulher, que o alertaram para a negligência do Poder Público, ele denuncia: "Quase não existe política pública de mulher em nossa cidade. As mulheres continuam sofrendo estupros e agressões... O assédio (sexual e moral) no trabalho é constante. E a cultura machista que ainda existe em nossa sociedade admite essas arbitrariedades". 

Além da instalação da delegacia 24h, "com núcleo humanizado de funcionária, como psicólogas, assistentes sociais, onde a mulher se sinta acolhida", Marquito defende outra bandeira fundamental: "a destinação de um hospital público que estimule o parto normal de forma humanizada". Esquecida pela Prefeitura, Marquito lembra que "a Casa das Anas, idealizada para reintegrar a mulher vitimada à sociedade, não vem funcionando à contento". Trata-se de uma casa que funciona como abrigo às mulheres vítimas de agressões.

Além disso, o ex-presidente do Sindicato dos Urbanitários de Santos sabe que é necessário fortalecer e criar espaços de participação feminina e discussão de políticas públicas, com vistas à maior integração da mulher nos espaços de poder na sociedade. 

Assista ao vídeo:

***


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Portal Vermelho: Mobilizar o povo pelo plebiscito e derrotar o golpe da direita

Editorial do Portal Vermelho (10/08)

O golpe midiático-judicial-parlamentar deu mais um passo na madrugada desta quarta-feira (10) quando o Senado aprovou a continuação do processo de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.

A aprovação do relatório fraudulento do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) desmascara o golpe e revela com mais força a natureza puramente política, e em nada jurídica, do afastamento da presidenta legítima e inocente.

Os golpistas atuam para impor seu programa antidemocrático, antipopular e antinacional, rejeitado em todas as eleições presidenciais desde 2002.

Impotentes para alcançar os votos populares necessários para seu projeto regressista recorrem ao voto indireto de uma ocasional maioria conservadora na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para impor seus privilégios e eliminar o projeto de mudanças sociais profundas liderado por Lula e Dilma, nos últimos 12 anos.

O disfarce legalista do golpe oculta a disputa essencial que ocorre pelo controle do Estado brasileiro e seus recursos. Foi uma decisão, diz Luciana Santos, presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil, “à margem do Estado Democrático de Direito”, que deixou patente no desenrolar dessa escalada reacionária que “a presidenta eleita Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime de responsabilidade”.

É preciso frisar que a luta por um modelo desenvolvimentista, democrático e nacional que reduz as desigualdades sociais, promove os direitos sociais e políticos e defende a soberana do país já é histórica no Brasil.

Ele bate de frente com o tradicional modelo conservador, hoje chamado de neoliberal, que privilegia a elite atrasada e rentista, o grande capital especulativo, abocanha os recursos do Estado brasileiro e se rende ao imperialismo, sobretudo dos EUA, entregando sem cerimônias o controle das grandes riquezas brasileiras, como ocorre hoje com o pré-sal.

O movimento reacionário precisa ser compreendido num quadro mais amplo em que há pressa na ação contra Dilma Rousseff e lentidão no julgamento do indefectível deputado Eduardo Cunha, contra quem se acumulam acusações extremamente graves mas que desperta o temor dos golpistas devido a revelações comprometedoras que poderia fazer contra o vice-presidente usurpador Michel Temer e demais capitães do golpe.

A luta de classes, que está nas ruas, nas manifestações populares que se repetem contra os golpistas, está presente também no Congresso Nacional.

A resistência contra o golpe vai se aprofundar com continuidade da mobilização dos democratas e progressistas, do povo brasileiro, contra o golpe. E em defesa do plebiscito para a convocação de novas eleições diretas para presidente, que é instrumento de mobilização de amplos setores da sociedade e indica que a escalada golpista pode ser barrada. O caminho para reunificar o país e recolocá-lo no rumo do desenvolvimento passa pela consulta ao povo e pela resistência constante contra o golpe de Estado antidemocrático, antipopular e antinacional.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Com a presença de Lula, PCdoB lança candidatura de Carina em Santos

Foto: Mídia Ninja
O PCdoB homologou na noite desta quinta-feira (4) a candidatura da estudante Carina Vitral à Prefeitura da maior cidade do litoral paulista, Santos. Com uma instalação moderna e colorida, o evento lotou o auditório da sede do Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia (Sindaport . Cerca de 1200 lideranças participaram do ato.

Com o mote “Um novo futuro para Santos”, Carina ressaltou que sua candidatura é séria e com muitas chances de vitória. “Nós não nos candidatamos para cumprir tabela. Nós viemos para vencer, viemos para oferecermos um debate para a sociedade e uma alternativa para Santos”, disse.

O ato contou com a presença lideranças sociais e políticas, simpatizantes da candidatura, entre elas o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente estadual do PCdoB de SP, o deputado federal Orlando Silva, o presidente do PT de SP, Emídio Souza, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, e a ex-prefeita de Santos Telma de Souza. Além de diversas lideranças do movimento estudantil e dirigentes do PT e PCdoB.

Em sua fala, Carina agradeceu o apoio e a força da militância que abraçou o projeto da candidatura para ajudar a cidade. “Nós temos ideias boas, ideias renovadas e uma militância aguerrida que vai percorrer toda a cidade para construir esse futuro junto com a gente”, destacou a candidata.

O ato contou com a presença lideranças sociais e políticas, simpatizantes da candidatura, entre elas o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente estadual do PCdoB de SP, o deputado federal Orlando Silva, o presidente do PT de SP, Emídio Souza, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, e a ex-prefeita de Santos Telma de Souza. Além de diversas lideranças do movimento estudantil e dirigentes do PT e PCdoB.

Em sua fala, Carina agradeceu o apoio e a força da militância que abraçou o projeto da candidatura para ajudar a cidade. “Nós temos ideias boas, ideias renovadas e uma militância aguerrida que vai percorrer toda a cidade para construir esse futuro junto com a gente”, destacou a candidata.

O ex-presidente Lula fez um discurso em torno de 30 minutos, deu conselhos, falou que a elite brasileira, desde o descobrimento, nunca se preocupou em promover o estudo para os mais pobres, destacou a falta de universidades e escolas técnicas públicas e de qualidade no Brasil antes do seu governo, arrancou risadas do público, mas também falou sério. Ressaltou que seu governo foi o que mais criou universidades no país, com investimentos na ordem de R$ 41 bilhões.

“Passamos de três para oito milhões de universitários e isso incomoda e jamais se esperava de um presidente que não teve oportunidade de cursar o ensino superior”, disse Lula.

Para o ex-presidente, os governos anteriores nunca se preocuparam com a educação, “que o povo tivesse acesso, que o pobre se formasse”. Para eles, disse Lula, “nós, pobres éramos cidadãos de terceira categoria. O que eu queria dizer com isso é que para você incentivar a educação neste país, não precisa ser doutor ou ter diploma universitário, tem que ter compromisso de classe, ter sentimento e querer mudança”, enfatizou.

“Não tenho medo que façam comparação dos últimos 13 anos com os anteriores, seja pelas conquistas sociais, seja com o tratamento com o portador de deficiência, seja com os negros e negras, seja com os companheiros do movimento LGBT, seja com os quilombolas, seja com quem quiser. Eu topo fazer comparação histórica com eles [oposição]. E acho que ainda fizemos pouco”, apontou.

Descontraído, Lula parabenizou a candidata e a aconselhou a uma avaliação criteriosa sobre a composição do seu “futuro governo”. “Nunca deixe a máquina te dominar e nunca coloque no governo alguém que você não possa tirar”, finalizou Lula, pedindo a todos a apoiarem a candidatura da jovem comunista.

Com quase 325 mil eleitores, a cidade portuária de Santos está entre os 50 maiores colégios eleitorais do Brasil (42º, segundo dados do TSE da última eleição - 2014). O atual prefeito de Santos, Paulo Alexandre, do PSDB, tem 37 anos e é candidato à reeleição numa chapa-pura tucana. Criticado pela falta de iniciativas na administração da cidade, o prefeito cita a crise econômica internacional.

A candidata


Nascida em Santos há 28 anos, Carina Vitral é estudante de Economia na PUC-SP e atual presidenta da União Nacional dos Estudantes. Apesar de sua larga experiência como líder estudantil, é a primeira vez que ela disputa um cargo no Executivo. Antes de chegar à Presidência da UNE, Carina foi presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

Chapa


A convenção do PCdoB em Santos aprovou como vice na chapa o professor Reinaldo Martins, do Partido dos Trabalhadores (PT), que já foi vereador da cidade. Foi lançada ainda a chapa de vereadores, formada por 14 candidatos petistas e 3 do PCdoB.



Do Portal Vermelho, Eliz Brandão

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Carina: ocupar a cidade é ocupar a política

Por que sou pré-candidata a Prefeita de Santos




Os acontecimentos daquele emblemático mês de junho de 2013 no Brasil, com a jornada histórica de manifestações por mais direitos, tiveram início a partir de um tema bem específico da vida cotidiana das cidades: o preço das passagens do transporte público. Além disso, esse é um tema tradicionalmente ligado aos movimentos de juventude, que reivindicam há décadas o passe livre como forma de garantir o acesso dos jovens à escola, à cultura, à inclusão nos espaços públicos. 

Com o desenrolar das manifestações, outra pauta entrou em cena: a insatisfação com a representação política tradicional no país, dominada sempre pelos mesmos personagens. No sistema político brasileiro faltam mulheres, faltam jovens, faltam negros, falta a população LGBT, faltam exatamente aqueles que compõem as classes populares, a grande maioria das brasileiras e brasileiros. Agora, três anos depois daquele junho e com diversos outros acontecimentos da vida nacional, chegou a hora daqueles jovens ocuparem, além das ruas, a política tradicional, para fazer valer essa transformação.

É isso que buscamos, por exemplo, na nossa pré-candidatura à prefeitura de Santos, a cidade em que nasci e cresci, na qual conheci os meus primeiros movimentos de juventude, as primeiras ações coletivas, a força das mobilizações populares para a transformação da realidade. A nossa geração, de 2013, está querendo participar em todos os espaços, com a certeza de ter a sensibilidade, a rebeldia e a ousadia necessárias para fazer diferente do que aí está. Não há como esperar que o atual modelo da nossa política se transforme sozinho, sem a nossa participação, sem a nossa presença nos lugares que pertenceram, historicamente, somente a eles. 

Porém, não é fácil decidir ser uma jovem prefeita. Ainda vivemos, infelizmente, em uma sociedade cravada de diversos preconceitos em relação à idade, ao gênero, à aparência das pessoas. Há ainda quem acredite que o jovem não está pronto para um desafio como esse, mas a verdade é que enfrentamos desafios iguais ou até maiores nas lutas cotidianas pela educação, pela democracia, pelo desenvolvimento nacional. Foi assim que, nos últimos anos, conseguimos a partir da UNE a conquista do Plano Nacional de Educação, as cotas, o Prouni e o Reuni, o Pré-Sal para a educação, o Estatuto da Juventude. 

Foi assim que, enquanto estive presidenta da União dos Estudantes Estaduais de São Paulo, conquistamos o Passe Livre estudantil na capital, garantindo o acesso ao direito de ir e vir aos jovens, para que possam estudar, trabalhar, usufruir da cultura, do esporte, exercer a sua cidadania. Essas são lutas que começam nas ruas, nas manifestações, mas que precisam urgentemente ganhar a política institucional, as prefeituras, as câmaras de vereadores, para se afirmarem em políticas de estado. Não há quem conheça melhor esses assuntos do que a própria juventude, que sofre diariamente a carência dessas iniciativas. 

Por isso, nosso projeto é por cidades mais humanas, com trocas e intercâmbios positivos, com oportunidades para todos, inclusão e combate às desigualdades. Queremos resignificar o espaço público, diminuindo a distância entre as pessoas, promovendo a qualidade de vida e a mobilidade de ideias. Queremos uma nova lógica de deslocamento, ciclovias para as bicicletas, ônibus e metrôs de qualidade, menos carros em algumas regiões, um cenário mais agradável, vivo, sustentável. Queremos uma cidade com mais diversidade, tolerância, que esteja pronta para garantir todos os direitos de sua população, uma cidade prevenida para combater o machismo, o racismo, a LGBTfobia. 

O Brasil vive um momento grave de crise política e de afronta à sua democracia, a partir do processo ilegítimo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Estão em jogo os avanços de projetos sociais, de políticas que trouxeram novas perspectivas para a população menos favorecida e principalmente para a juventude. Se não enfrentarmos esse momento de forma incisiva, com todos os nossos recursos, teremos o risco de um grande retrocesso. Ocupar a política é um imperativo, é uma forma de chegarmos onde não querem que cheguemos, é uma forma de resistir e planejar um novo futuro. Vamos em frente. 

Saudações estudantis,

Carina Vitral 
Presidenta
União Nacional dos Estudantes


Fonte: Coluna da Carina Vitral (Blog Conversa Afiada)

quinta-feira, 28 de julho de 2016

04/08: Convenção Eleitoral Municipal do PCdoB Santos

O Comitê Municipal do PCdoB de Santos/SP, considerando a reunião do Comitê Central do Partido ocorrida em 28 de março de 2016, que deliberou acerca das Convenções Municipais do processo eleitoral de 2016; considerando ainda, a Reunião Plenária deste Comitê municipal realizada em 14 de julho do corrente ano, CONVOCA, por este presente Edital Público, todos os filiados do Partido no Município, a participarem da CONVENÇÃO MUNICIPAL, a ser realizada no dia 04 de agosto de 2016, às 17 horas, no Sindaport (Rua Júlio Conceição, 91 - Vila Matias).

Também serão lançadas nossas pré-candidaturas a prefeita de Santos, Carina Vitral, e a vereadore(a)s, como a do Marquito Duarte.

Protocolado no Cartório da 118ª Zona Eleitoral, sob o número 132.421/2016.



FILIADA E FILIADO, ATENÇÃO! 

CONFIRA AS NORMAS E CONDIÇÕES:


Convenções Eleitorais Municipais do PCdoB - Eleições Municipais de out/2016

1. A Convenção Eleitoral convocada pelo Comitê Municipal realizar-se-á entre 20/jul e 5/ago.

2. O edital de convocação da Convenção Eleitoral, contendo dia, local, hora e a pauta, será afixado na sede do Partido, quando houver, e no mural do Cartório Eleitoral. Em São Paulo, deverá ser publicado em órgão da imprensa, oficial ou não, e divulgado nos meios de comunicação partidária. O edital deverá ser protocolado junto ao Comitê Estadual do PCdoB-SP na comissão estadual de organização.

3. A Convenção Eleitoral Municipal será convocada com antecedência mínima de 7 (sete) dias, com data, local e horário que melhor atendam às finalidades a que se destina.

4. O quórum mínimo de mobilização municipal será o correspondente a 50% (cinquenta por cento) do número de militantes mobilizados nas conferências respectivas de 2015.

5. A eleição de delegado(a)s às convenções eleitorais municipais será realizada através de votação secreta, única e intransferível.

6. Participarão da Convenção Eleitoral com direito a voto os filiados até 15 (quinze) dias antes da mesma.

7. O direito de voto dos(as) delegados(as) somente poderá ser exercido mediante apresentação da Carteira de Militante, ou documento equivalente quanto à regularidade com suas obrigações estatutárias, por ocasião do credenciamento para a Convenção ou Plenária. Caso contrário, o militante terá direito apenas à palavra.

8. Para votar nas convenções e serem eleitos(as) candidatos(as) do Partido, os integrantes dos Comitês Municipais das maiores cidades e os do Comitê Estadual, deverão estar inscritos no Sincom e em dia com a contribuição partidária e ter requisitado sua Carteira de Militante 2015-2016.

9. A proposta de coligação e de candidatos será aprovada se obtiver a maioria simples de votos dos presentes, em votação aberta, única e intransferível.

10. Havendo necessidade política, a Convenção Eleitoral poderá delegar ao Comitê Municipal ou à sua Comissão Política, deliberar sobre a coligação e os nomes dos candidatos.

11. Após a Convenção Eleitoral Municipal lavrar-se-á ata circunstanciada, contendo: a) Relação dos participantes, com suas respectivas assinaturas; b) Local, dia e hora do início e encerramento dos trabalhos; c) Síntese dos debates havidos; d) Deliberações aprovadas; e) total de candidatos que o Partido pretende lançar e a relação nominal dos candidatos aprovados e nome com o qual será candidato, bem como seu respectivo número partidário; f) Os poderes expressos dos(as) delegado(a)s ao Comitê Municipal, se for esse o caso; h) As assinaturas, ao final, do Presidente e do Secretário dos Trabalhos;

12. A ata deve ser feita em livro próprio, aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral, podendo ser utilizado o já existente, ou ainda serem usadas folhas timbradas, numeradas e rubricadas pelo cartório, ainda que avulsas; Ela deverá ser publicada em vinte e quatro horas após sua realização em qualquer meio de comunicação. Uma cópia também deverá ser protocolada junto ao Comitê Estadual do PCdoB-SP na comissão estadual de organização.

13. Os candidatos deverão assinar um Termo de Compromisso com o PCdoB – em respeito às normas legais, ao desenvolvimento partidário e quando do exercício do mandato, orientar-se pelos posicionamentos e decisões adotadas pelas instâncias partidárias.

14. O(a)s candidato(a)s aos cargos eletivos deverão estar em dia com as suas contribuições militantes e ter requisitado a Carteira Nacional de Militante.

15. O registro dos candidatos e coligações só poderá ser requerido após o Comitê Estadual ter referendado as decisões das Convenções Municipais.

Secretaria Estadual de Organização – com base na Resolução Nacional sobre Convenções Eleitorais do PCdoB

04/08: Convenção Eleitoral Municipal do PCdoB Santos

O Comitê Municipal do PCdoB de Santos/SP, considerando a reunião do Comitê Central do Partido ocorrida em 28 de março de 2016, que deliberou acerca das Convenções Municipais do processo eleitoral de 2016; considerando ainda, a Reunião Plenária deste Comitê municipal realizada em 14 de julho do corrente ano, CONVOCA, por este presente Edital Público, todos os filiados do Partido no Município, a participarem da CONVENÇÃO MUNICIPAL, a ser realizada no dia 04 de agosto de 2016, às 17 horas, no Sindaport (Rua Júlio Conceição, 91 - Vila Matias).

Também serão lançadas nossas pré-candidaturas a vereadore(a)s, como a do Marquito Duarte.

Protocolado no Cartório da 118ª Zona Eleitoral, sob o número 132.421/2016.



FILIADA E FILIADO, ATENÇÃO! 

CONFIRA AS NORMAS E CONDIÇÕES:


Convenções Eleitorais Municipais do PCdoB - Eleições Municipais de out/2016

1. A Convenção Eleitoral convocada pelo Comitê Municipal realizar-se-á entre 20/jul e 5/ago.

2. O edital de convocação da Convenção Eleitoral, contendo dia, local, hora e a pauta, será afixado na sede do Partido, quando houver, e no mural do Cartório Eleitoral. Em São Paulo, deverá ser publicado em órgão da imprensa, oficial ou não, e divulgado nos meios de comunicação partidária. O edital deverá ser protocolado junto ao Comitê Estadual do PCdoB-SP na comissão estadual de organização.

3. A Convenção Eleitoral Municipal será convocada com antecedência mínima de 7 (sete) dias, com data, local e horário que melhor atendam às finalidades a que se destina.

4. O quórum mínimo de mobilização municipal será o correspondente a 50% (cinquenta por cento) do número de militantes mobilizados nas conferências respectivas de 2015.

5. A eleição de delegado(a)s às convenções eleitorais municipais será realizada através de votação secreta, única e intransferível.

6. Participarão da Convenção Eleitoral com direito a voto os filiados até 15 (quinze) dias antes da mesma.

7. O direito de voto dos(as) delegados(as) somente poderá ser exercido mediante apresentação da Carteira de Militante, ou documento equivalente quanto à regularidade com suas obrigações estatutárias, por ocasião do credenciamento para a Convenção ou Plenária. Caso contrário, o militante terá direito apenas à palavra.

8. Para votar nas convenções e serem eleitos(as) candidatos(as) do Partido, os integrantes dos Comitês Municipais das maiores cidades e os do Comitê Estadual, deverão estar inscritos no Sincom e em dia com a contribuição partidária e ter requisitado sua Carteira de Militante 2015-2016.

9. A proposta de coligação e de candidatos será aprovada se obtiver a maioria simples de votos dos presentes, em votação aberta, única e intransferível.

10. Havendo necessidade política, a Convenção Eleitoral poderá delegar ao Comitê Municipal ou à sua Comissão Política, deliberar sobre a coligação e os nomes dos candidatos.

11. Após a Convenção Eleitoral Municipal lavrar-se-á ata circunstanciada, contendo: a) Relação dos participantes, com suas respectivas assinaturas; b) Local, dia e hora do início e encerramento dos trabalhos; c) Síntese dos debates havidos; d) Deliberações aprovadas; e) total de candidatos que o Partido pretende lançar e a relação nominal dos candidatos aprovados e nome com o qual será candidato, bem como seu respectivo número partidário; f) Os poderes expressos dos(as) delegado(a)s ao Comitê Municipal, se for esse o caso; h) As assinaturas, ao final, do Presidente e do Secretário dos Trabalhos;

12. A ata deve ser feita em livro próprio, aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral, podendo ser utilizado o já existente, ou ainda serem usadas folhas timbradas, numeradas e rubricadas pelo cartório, ainda que avulsas; Ela deverá ser publicada em vinte e quatro horas após sua realização em qualquer meio de comunicação. Uma cópia também deverá ser protocolada junto ao Comitê Estadual do PCdoB-SP na comissão estadual de organização.

13. Os candidatos deverão assinar um Termo de Compromisso com o PCdoB – em respeito às normas legais, ao desenvolvimento partidário e quando do exercício do mandato, orientar-se pelos posicionamentos e decisões adotadas pelas instâncias partidárias.

14. O(a)s candidato(a)s aos cargos eletivos deverão estar em dia com as suas contribuições militantes e ter requisitado a Carteira Nacional de Militante.

15. O registro dos candidatos e coligações só poderá ser requerido após o Comitê Estadual ter referendado as decisões das Convenções Municipais.

Secretaria Estadual de Organização – com base na Resolução Nacional sobre Convenções Eleitorais do PCdoB

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O terror midiático do ministro da Justiça

Por Altamiro Borges

Alexandre de Moraes, o ex-secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin que ganhou fama ao comandar a brutal repressão aos estudantes que ocuparam as escolas paulistas, adora os holofotes da mídia. Ele faz de tudo para aparecer e até chegou a sonhar em ser candidato à prefeitura de São Paulo. Agora, como ministro interino do covil golpista de Michel Temer, ele voltou a “brilhar” ao chefiar a “Operação Hashtag”, que prendeu dez pessoas acusadas de planejarem ações terroristas durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro. O seu show, porém, parece que não agradou os próprios usurpadores que assaltaram o Palácio do Planalto, conforme revelou uma notinha de Mônica Bergamo na Folha desta sexta-feira (22):

“O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ficou até de madrugada no Palácio do Jaburu, na quinta (21), em reunião com o presidente interino Michel Temer. Logo cedo, voltou ao gabinete dele, para em seguida anunciar a prisão de pessoas acusadas de preparar atos terroristas no país. Ministros de Temer acreditam que a atitude do titular da Justiça, de anunciar as prisões com espalhafato, pode ter efeito duplo: de um lado, mostra firmeza. De outro, pode aumentar o pânico e afugentar turistas que vêm para o evento. O próprio governo trabalha com a informação de que 20 mil pessoas cancelaram reservas em hotéis para a Olimpíada no Rio por causa das notícias, veiculadas pelas próprias autoridades”.

No mesmo rumo, o site da revista Época, que até paparicou a operação “antiterrorista”, postou uma notinha neste sábado que confirma o mal-estar criado pela ação policial. “Não foram só os assessores de Temer que ficaram contrariados com o comportamento ‘pavônico’ do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, na Operação Hashtag. O próprio Michel Temer não gostou de como Moraes chamou para si a responsabilidade da operação, que contou com a participação de outros órgãos. Temer deverá ter uma conversa séria com ele e dirá que o momento exige mais sobriedade e cautela. Moraes tem pensado demais em ser candidato ao governo de São Paulo em 2018”, relatou o jornalista Murilo Ramos.

Factoide para limpar a imagem dos golpistas

 Até agora, a midiática operação antiterrorista gerou muita desconfiança. Não há explicações plausíveis para as prisões de jovens aparentemente inocentes – como a do paulista Vitor Barbosa Magalhães, que trabalha na funilaria do seu pai para sustentar os seus dois filhos; ou a do gaúcho Israel Pedra Mesquita, que é criador e vendedor de galinhas no município de Morro Redondo. Também não há qualquer justificativa para tanto alarde numa ação policial, que deveria ser mais cautelosa até ser eficiente no combate ao suposto terrorismo. O que já fica evidente é que o covil golpista, tendo a frente o egocêntrico ministro, tentou criar um factoide político para melhorar a própria imagem do “golpe dos corruptos”.

Como lembra o blogueiro Luis Nassif, “delegados da Polícia Civil de São Paulo cunharam o apelido de Kojak para o então secretário Alexandre de Moraes. Em parte, pela calva. Muito pela fixação nos holofotes. Ele fazia questão de ser comunicado sobre as operações mais irrelevantes, para ser a pessoa a anunciar a operação e os resultados para a TV. O carnaval em torno dos supostos terroristas que criavam galinhas seguiu essa linha. Mas, aí, com uma irresponsabilidade monumental. O estardalhaço em cima de um factoide não só ajudou a carregar mais nuvens sobre os céus das Olimpíadas, como a chamar a atenção dos malucos sobre a possibilidade de atentados terroristas no evento”.

Essa “irresponsabilidade monumental”, porém, não incomoda Alexandre de Moraes. Como aponta Luis Nassif, ele é “um caso clássico do político sem princípios”. Nas passeatas contra o impeachment de Dilma, ele “agiu como polícia política, reprimindo manifestações, invadindo a sede de torcidas organizadas críticas do golpe, fechando as ruas que davam para o local de eventos fechados. Ele provavelmente é a mais nefasta figura que surgiu no universo político nas últimas décadas. Não apenas por colocar permanentemente a carreira acima dos princípios e valores, mas por ter sido responsável pelo aumento expressivo de mortes na periferia. Literalmente, ele está asfaltando a carreira política com o sangue dos jovens assassinados”.


Fonte: Blog do Miro