quinta-feira, 28 de abril de 2011

Debate homenageia Cuba e reafirma luta pelo socialismo

Por Priscila Lobregatte

Cinquenta anos após o povo cubano ter vencido a invasão mercenária financiada pelos Estados Unidos em Praia Girón, o vereador Jamil Murad (PCdoB) promoveu nesta segunda-feira, 25, no Salão Nobre da Câmara de São Paulo, debate que lembrou o feito e discutiu a resistência da Ilha que segue lutando pela manutenção e aprimoramento do sistema socialista.
Wander Geraldo, Vivian Mendes, Max Altman, Aldo Fidel Cruces Amaro, Jamil Murad, Socorro Gomes, João Batista Lemos, Nádia Campeão e André Tokarski
“Além de ser em defesa do nosso povo, a batalha em Praia Girón foi uma luta pelo socialismo”, disse o cônsul cubano Aldo Fidel Cruces Amaro, lembrando o bombardeio de 17 de abril de 1961, que deixou dezenas de mortos e feridos.

Amaro destacou que tanto no caso de Girón como ao longo da trajetória de Cuba, marcada por uma intensa e constante luta para manter o sistema socialista frente a todas as formas de ataque imperialistas, o diferencial sempre foi a resistência de seu povo. “Construir e manter a pátria socialista são deveres de cada cubano. Não deixaremos que esta bandeira seja baixada”, salientou.

Trazendo o debate para a atualidade, disse que hoje “a nova batalha de Girón estará na vitória econômica” diante das mudanças que o país discutiu no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e que serão implementadas nos próximos anos. “Vamos vencer os obstáculos para garantir que a revolução socialista continue e assegurar um futuro ainda melhor para o nosso povo”.

O cônsul se contrapôs ainda ao senso comum que julga viver Cuba sob uma ditadura. Ao longo do processo que levou à realização do congresso, cerca de 8,9 milhões de cubanos (de uma população total de 11 milhões) discutiram o documento e apresentaram propostas de mudanças e ajustes, o que segundo Amaro “mostra que o povo é realmente parte ativa desse processo e que o Partido Comunista de fato representa os cubanos”.

Ainda de acordo com Aldo Fidel Amaro, esse senso comum faz parte da “grande campanha de desinformação contra Cuba. O imperialismo quis nos destruir militarmente em Praia Girón, mas também ao longo dos anos por meio de sua propaganda. Mas, não conseguiu e não conseguirá vencer Cuba”. Ele finalizou sua apresentação ressaltando os “laços que unem brasileiros e cubanos”. “Somos todos uma só nação”.

O vereador Jamil Murad, que presidiu a mesa de trabalhos, também se referiu ao processo de transformações iniciado em Cuba. “Somos todos dialéticos, marxista-leninistas, e isso significa que precisamos sempre estar atentos às mudanças pelas quais o mundo passa e, diante delas, projetar adaptações que sejam necessárias para prosseguirmos no curso do socialismo”.

Para o parlamentar, “a luta do povo cubano, as vitórias do povo cubano, são também lutas e vitórias de todo o povo latino-americano”.

Solidariedade internacionalista
Presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, Socorro Gomes destacou o compromisso de Cuba com o internacionalismo. “Em todos os momentos em que os mais diversos povos tiveram seus direitos vilipendiados, Cuba esteve presente dando sua solidariedade”. Segundo ela, “a vitória cubana se dá a cada dia” e tem caráter mundial na medida em que “o imperialismo pesa sobre todos os povos, desde a América Latina até o Oriente Médio”.

Vivian Mendes, do Movimento Paulista de Solidariedade, em sua fala, colocou que “o incômodo que a revolução cubana causa no imperialismo prova que se trata de uma revolução verdadeira”. Um dos grandes méritos da vitória em Girón, conforme colocou Vivian, é o fato de “ter resultado no avanço, e não no recuo, de Cuba rumo ao socialismo”, proclamado no dia seguinte aos ataques, durante o enterro das vítimas.

Max Altman, membro do coletivo da Secretaria de Relações Internacionais do PT, fez uma breve apresentação sobre o 6º Congresso recém-realizado e sobre o apoio popular que o governo tem. “No dia 14, foi possível ver cerca de um milhão de pessoas nas ruas, sorrindo, apoiando a revolução”.

Além disso, colocou, “o processo congressual foi extremamente democrático, com mais de oito milhões de pessoas opinando sobre o documento-base e essas mudanças foram absorvidas. Mas, dizem que lá não existe democracia. Para a grande mídia, para o imperialismo, democracia é o que acontece nos países capitalistas em que a população não é ouvida”.

João Batista Lemos, secretário sindical do PCdoB, disse que “o povo cubano sabe, desde o começo da revolução, e continua sabendo, para onde ruma e o último congresso mostrou isso”. De acordo com o comunista, “devemos agradecer à revolução cubana porque todo esse processo de mudanças que vem acontecendo em nosso continente foi influenciado pela revolução cubana”.

Representando a juventude, André Tokarski, presidente da UJS, homenageou os jovens que fizeram a revolução e que hoje também estão renovando o Comitê Central do PC de Cuba. “A luta do povo cubano nos inspira a seguir na batalha contra o imperialismo”. O ato terminou com as saudações do presidente municipal do PCdoB, Wander Geraldo, e do vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, ambos membros do Comitê Central do partido.

O debate "Os 50 anos da vitória em Praia Girón" teve o apoio do PCdoB, Fundação Maurício Grabois, Cebrapaz, UJS e Portal Vermelho. O direitor administrativo e financeiro da Fundação Maurício Grabois, Leocir Costa Rosa, representou a entidade. 

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