anuarioNa última segunda-feira (04) a CTB participou, representada por sua secretária da Mulher Trabalhadora, Raimunda Gomes, do lançamento do 1º Anuário das Mulheres Brasileiras, construído pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
O levantamento é uma compilação de dados sobre a participação da mulher na sociedade disponíveis em pesquisas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sistema Único de Saúde (Datasus), Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Unidade 

Segundo Zenaide Onório, presidente do Dieese, o anuário vai servir para "elevar a discussão de políticas públicas que defendam a mulher trabalhadora e que evidenciem o problema da desiguladade social vivida pela mulher na relação do trabalho e, principalmente, no que se refere à violência doméstica".
De acordo com ela, a violência sofrida pela mulher não aumentou, mas os dados estão aumentando porque elas "estão buscando informações e estão denunciando mais os casos de agressões. A desigualdade social enfrentada pela mulher é ainda mais evidente quando se fala da mulher negra."

Para Angélica Fernandes, secretária de articulação institucional da SPM, o anuário mostra, em um único documento, todos os dados que atestam os problemas enfrentados pela mulher na sociedade brasileira. "Não estamos trazendo novidades aqui, mas estamos dando visibilidade à desigualdade entre homens e mulheres. É importante termos uma mulher como presidente da República, mas a pergunta que fazemos é como estão as outras mulheres no país?", disse a secretária.

Angélica afirma que as mulheres precisam se unir para ter representatividade nas diversas esferas de poder. "Temos de desenvolver políticas públicas para a mulher, seja no âmbito federal, estadual e municipal. Precisamos de representatividade política feminina nos sindicatos e movimentos sociais."
Contra desigualdade
A economista do Dieese e coordenadora do anuário, Patrícia Lino Costa, disse que as atividades executadas pelas mulheres atualmente podem se caracterizar como dupla jornada de trabalho. "A mulher trabalha dentro e fora de casa, mas recebe apenas pelo trabalho feito fora de casa. O mercado formal e os afazeres domésticos precisam ser pagos de maneira igual e também com equidade relativa ao mesmo trabalho feito pelos homens."
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Angélica Fernande, e Zenaide Onório (Foto: Glauco Araújo/G1)
Patrícia disse que as mulheres, como parte interessada no desenvolvimento de políticas que diminuam a desigualdade social, precisam atuar diretamente em prol deste objetivo. "Não só as mulheres, mas toda a sociedade precisa caminhar junta para identificar os problemas e buscar as soluções adequadas em busca da igualdade social, seja no trabalho, na relação com a saúde, com a família e na segurança.