sábado, 26 de março de 2011

Partido exige novo modo de direção organizativa

À luz dos debates realizados na 6ª reunião plenária do Comitê Central de março e de suas conclusões, completa-se a elaboração coletiva iniciada na Comissão Nacional de Organização, destinada a focar e unificar os esforços dessa frente em todo o país, com base no informe prestado na reunião.

Maior concentração de energia na frente organizativa

No complexo trabalho de organização, faz falta racionalidade, dada a exiguidade de recursos humanos e materiais e a expansão do PCdoB. A generalização da experiência levou à conclusão de reforçar o trabalho de direção política geral e concreta da CPN em todo o país – bem como das Comissões Políticas Estaduais nos Estados – fazendo-a liderar o discurso da estruturação partidária. Se a organização está a serviço da política, vamos também reforçar a recíproca de pôr a direção política também a serviço da estruturação e maior organização do partido.

Portanto, deve-se levar o trabalho de organização a secundar o movimento político com esforços concretos e visão logística adequada. Isso se liga também à convicção de que é preciso maior concentração de energias na frente organizativa em todo o país e nos Estados, para não diluir suas responsabilidades específicas numa direção geral amorfa, não se dispersar em meio a um mundo de exigências, não ficar apenas na orientação política, não perder o foco.

A conclusão nasceu da reflexão sobre a grande expansão partidária, as pressões crescentes que podem comprometer o caráter do PCdoB e como exigência de um papel mais crítico e exigente dos secretários de organização. Isso se dá numa via de mão dupla: maior controle sobre a base quanto à linha de estruturação, maior cobrança sobre as comissões políticas e todas as secretarias, na construção partidária. A organização tem o insubstituível papel de construção e estruturação para dar suporte ao projeto político perseguido em cada lugar. E precisa se concentrar nisso, crítica e autocriticamente.

A pauta proposta para o trabalho das secretarias e comissões de organização foi desenvolvida com base, concretamente, na agenda deste ano e até 2012.

Até março-abril, já deverá estar elaborado um esboço de projeto político, compreendendo não só as eleições de 2012, mas também o posicionamento político geral do partido, a inserção social, a CTB, a UJS, UBM, Unegro e todas as frentes de massa sem exceção. Do entrecruzamento dessas questões sobressairão as prioridades em cada Estado, alguns de forma mais compacta, alguns de forma mais extensiva, dado o grau de acúmulo partidário.

Em abril haverá o 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido, dias 15 a 17 de abril, em São Paulo. Ineditamente, reunirá dirigentes municipais de cerca de 300 cidades, de forma consequente com a premissa de que é preciso consolidar direções intermediárias como caminho para uma extensão da vida militante mais estruturada. O próprio projeto político solicita isso e estará presidindo o esforço.

De julho até o máximo outubro, se realizam as Conferências estaduais, precedidas das municipais. Será o tempo de preparar judiciosamente as direções a serem eleitas, o que envolve mecanismos extensos de consulta e avaliação, inovadores nos termos dos praticados nacionalmente no com a política de quadros do 12º Congresso.

Até o fim do ano será realizada a 2ª. Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher no partido.

O foco geral é a questão da política de quadros para assegurar os rumos e caráter do PCdoB, ao lado da extensão da vida militante estruturada. Ao lado disso, a consigna de seguir expandindo o PCdoB com novas lideranças populares, sociais, intelectuais e políticas, pois queremos alcançar 400 mil membros até o fim das eleições de 2012.

Isso exige abordagem concreta neste ano de conferências, onde serão eleitas direções estaduais, milhares de direções municipais e haverá centenas de cidades onde disputaremos eleições com chapas amplas e muitas candidaturas majoritárias.

Quanto à política de quadros, as indicações são concretas.

Instituir de fato os departamentos de quadros estaduais, conferir-lhe estrutura para trabalhar sistematicamente. Recensear os quadros médios e estabelecer mecanismos amplos de consultas e indicações para compor os órgãos dirigentes. Esse censo será o celeiro de quadros para o próximo Congresso partidário. Terminar o censo dos quadros nacionais atuantes em cada Estado com vistas ao cadastro nacional.
As frentes sindical, juvenil, de mulheres e de movimentos sociais estão chamadas a promover amplo levantamento dos quadros das respectivas frentes visando seu cadastramento, formação e acompanhamento, em interação de esforços da esfera nacional e as estaduais.
Nova onda de reforço das direções estaduais, em termos de rigor em sua composição comprometida com o projeto político partidário e capacidade política-executiva para conduzir o projeto partidário em nome de todos.

Fortalecer sem delongas os comitês partidários das capitais, sem exceção, para liberar energias ao trabalho da direção estadual com vistas à maior extensão do partido aos grandes municípios de cada Estado. 
Compreender como absolutamente indispensáveis os fóruns de macro-região em todos os Estados, para racionalizar e compactar o trabalho de controle do projeto político e organizativo no interior, segundo as prioridades, responsabilizando por esse trabalho todos os membros das comissões políticas estaduais, não apenas a organização.
 

Só será possível estender vida militante estruturada com comitês intermediários capacitados, esse é o caminho. Mas não basta ter bons comitês se não houver convicção, clareza e vontade políticas de fortalecer a vida associativa entre os militantes e sua luta na sociedade. Esse é o rumo para o crescimento sadio do PCdoB: o fator partido como suporte de vitórias políticas.

Para isso alcançar parcela mais extensa dos filiados e dar-lhe maior estruturação, novas abordagens são necessárias.

Promover uma revisão organizativa das bases militantes nas grandes cidades na próxima Conferência. A revisão proposta é instrumento da revitalização partidária de base, visa a expandir os círculos militantes e estruturá-los na ação.
Pressupostos para essa revisão são definir lócus de atuação dos militantes de modo mais duradouro e definido na ação política, social e de ideias. Ela será levada a cabo necessariamente em todas as capitais e nas maiores cidades dos Estados ou onde temos projeto político consolidado.
Nas cidades com grandes concentrações de trabalhadores a revisão organizativa considerará, ainda, as relações de trabalho como forma mais necessária da estruturação militante, sempre adequando-se ao projeto político-social perseguido pelo partido.
Recensear os quadros de base nos maiores municípios e designar-lhes papeis definidos de pivôs da revisão organizativa da base militante, para as Assembleias de Base e de forma mais duradoura e definida segundo as exigências do projeto político em cada cidade.
Deve se constituir fórum regular de quadros médios dos comitês municipais ou dos comitês auxiliares, nas grandes cidades, para estabelecer pauta e agenda que derivam das resoluções adotadas pelo partido a cada período.

Do mesmo modo, sob controle desses quadros médios, deverá se constituir fórum de quadros de base que serão os pivôs da estruturação das bases, como modo de estimular, apoiar e controlar o trabalho deles na estruturação das bases, fornecendo debate político, formação, pauta e agenda de atividades. 
 

A combinação de política de quadros com a busca de vida militante mais definida e estruturada configura a exigência de novo modo de direção organizativa, tanto no nível estadual quanto também no âmbito dos comitês municipais nas capitais e maiores cidades. Direção organizativa que assegure pauta e agenda regular da ação partidária e apoio aos quadros médios e de base, com fóruns em níveis sucessivos e regulares, para enriquecer a atividade das instâncias partidárias de direção e de base. A direção geral dessas instâncias é atribuição da direção local, não apenas da organização.

A CNO e sua fração regionalizada farão controle regular da implementação de tais medidas, à base de planos a ser elaborados pelos estaduais e apresentados à Secretaria Nacional de Organização até o fim de abril deste ano. O Portal da Organização e o sistema de Gestão Integrada serão instrumentos de apoio ao esforço, a ser valorizados por todos no trabalho de organização. “Estudos Estratégicos do PCdoB” será produto do Departamento Nacional de Quadros João Amazonas para estimular a formação dos quadros no domínio do Programa Socialista.


A Secretaria Nacional de Organização
Março de 2011

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