quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Liberdade ou libertinagem de imprensa?

Certa vez, numa aula do meu curso de Contabilidade, ouvi de uma professora a seguinte frase:"Pela manchete é que sabemos a opinião de um jornalista". Verdadeiramente, não existe jornalista ou órgão jornalístico totalmente desprovido de opinião. Uns tem mais coragem de expô-las (um exemplo clássico é o Bóris "uma vergonha" Casoy), outros enviam mensagens nas entrelinhas (Jormal Nacional e seu simpático casal).
 
O problema não é a opinião em si deste ou daquele jornalista ou comunicador, mas a forma como ela colocada, a imposição de seu ponto de vista sem o devido contraponto no momento de sua exposição. Os comentários de Casoy no caso dos garis, no ano passado e o mais recente do jornalista Mãrio Prates, da RBS (filiada da Rede Globo) de Porto Alegre, dizendo que os mais humildes não devem ter acesso a nada, são dois exemplos do ódio de classe que existe no Brasil. São sintomas de que os direitos mínimos conquistados pelos trabalhadores de ter acesso ao ensino superior, a comida na mesa, a se vestir de maneira digna, uma casa decente e outros direitos incomodam aos adeptos do Clube de Miami.
 
A maneira que esses instrumentos que são concessões públicas, têm sido usados em benefício próprio, tornou-se preocupante. Usa-se uma outorga para disseminar ódios, preconceitos e praticar o mau jornalismo, eivado de mentiras e trapaças  (Veja e Folha "ditabranda" de São Paulo conhecem esse caminho mais do que ninguém). No estágio em que se encontra a situação, é uma utopia fazer com que a grande mídia faça jornalismo somente com o objetivo de informar (que é sua real função), deixando ao consumidor dessa informação, o julgamento e a formulação da opinião de acordo com sua ideologia, suas crenças etc. Por isso se faz necessários instrumentos para que se possa disciplinar a maneira de se fazer comunicação. Se faz urgente o controle social (e não governamental, como insistem em dizer) da mídia, pois efetivamente, não existe democracia nessa área. Dizer que controle social da mídia é acabar com  a liberdade de imprensa é uma grande falácia. Como se pode acabar com algo que nunca existiu? Duvido que Mário Prates, tenha lido algum dos milhares de e-mails que certamente chegaram à redação, ou que seus  chefes tenham aberto um canal para os telespactadores opinarem. Liberdade só para falar o que bem entende? E para ouvir?
 
 Muito disso é resultado do que foi feito la atrás, quando era a verdadeira farra do boi a entrega de concessões. Era só ser amigo do deputado ou do ministro que já era garantida a sua faixa de transmissão. Ficar só nas mãos do Congresso, não muda. é preciso que o povo tome conta,exerça sua influencia,  que seja informado que a família Marinho, a familia Frias, e a meia dúzia de famílias que monopolizam quase que por completo as informações no país, só são donas dos equipamentos e dos prédios da TV. Diante de tudo isso encerro com uma frase de Montesquieu: "Só o poder freia o poder".
 
Anderson Roberto da Silva Barros -  Membro da Direção do PCdoB/Santos

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