quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Comunicado do Birô Político do Partido Comunista de Israel

Levante por pão e liberdade
O protesto em massa de um grande número de desempregados, pobres e lutadores pela democracia e liberdade contra os dirigentes despóticos pro-Estados Unidos dos países árabes, que começou na Tunísia e se alastrou ao Egito, Jordânia, Yemen, Argélia bem como outros países, é um ponto de inflexão crucial no desenvolvimento da região assim como em âmbito internacional.
Apesar das duras medidas adotadas a fim de reprimir a revolta, inclusive o uso de munição de guerra, os manifestantes contra a miséria e a tirania continuam com suas demonstrações e exigem seu direito de viver com dignidade.
Depois de décadas em que os direitos dos trabalhadores e dos desempregados eram pisoteados, e os críticos e opositores eram silenciados, as nações árabes estão aprendendo a se dar conta de seu poder para impactar e mudar a realidade na direção do progresso.
As manifestações espontâneas, engrossadas principalmente por jovens, não estão organizadas de forma centralizada. Estamos sendo testemunhas de um movimento popular que representa um corte transversal dos partidos e correntes políticas, que constitui uma formulação de mensagens em meio à ação. 
O Birô Político do Partido Comunista de Israel considera que as posições sustentadas há muitos anos pelo reinado dos centros  capitalistas do mundo, que alega que o mundo árabe só se presta para a tirania e a opressão ou para o fundamentalismo islâmico, foram agora desacreditadas. O movimento popular de massas nos países árabes, que se alimenta da ira das massas contra o aumento dos preços dos alimentos e a escassez de oportunidades de emprego, assim como a falta de direitos civis básicos, se está convertendo em alternativa política concretaÉ difícil calcular no presente momento, onde irá desembocar o movimento de protesto popular nos Estados árabes. 
Dará lugar em todos os casos à expulsão dos tiranos, como ocorreu na Tunísia? 
Ou também dará lugar a mudanças substanciais na natureza do regime e suas políticas? 
Que forças políticas serão capazes de extrair novas energias da insurreição?
Porém é possível agora estimar que estamos assistindo a uma nova fase no desenvolvimento social e político do Oriente Médio, o que leva ao debilitamento dos regímes ditatoriais pró-Washington, que desenvolvem uma política de privatização a serviço das corporações multinacionais e proporcionaram apoio à agressão dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão.
O Partido Comunista de Israel, a exemplo de todos os lutadores pela democracia e os direitos humanos em todo o mundo, se solidariza com a luta das nações árabes por uma vida decente e pela liberdade. O levante desses povos é uma fonte de alento em nossa luta por defender os trabalhadores e a democracia em Israel, e para combater o racismo, ao mesmo tempo em que exige a igualdade de direitos políticos e sociais para todos.
                

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