quinta-feira, 2 de junho de 2011

Revisão organizativa: A chave da vida militante

revisão organizativa das bases partidárias é a pedra de toque imediata das orientações do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido para as Conferências. Ela dá o ponto de partida para a nova onda de esforços por mais vida militante mais definida e regular do PCdoB, um de seus patrimônios. Foi esse o compromisso central assumido no Encontro, exatamente intitulado Mais Vida Militante para um Partido do Tamanho de Nossas Idéias.

O sentido e importância da revisão – ou seja, o que é tal propósito – estão fundamentados na linha política de estruturação partidária. As questões agora são: onde como fazê-la?
A diretiva tem sentido universal para todas as organizações partidárias. Afinal, o PCdoB é sua militância e ela precisa estar organizada desde a base, mesmo nos menores municípios. Não basta reunir a militância vez ou outra em plenárias, mas forjar a consciência, compromisso e ação política unitária na vida partidária.
Além disso, nas grandes cidades e concentrações de trabalhadores, a revisão propõe priorizar as relações de trabalho como critério maior da constituição da vida associativa dos militantes. Além da importância estratégica dos trabalhadores para o projeto político estratégico do PCdoB, isso foi realçado no Encontro Nacional Sindical, no sentido de fortalecer a ação sindical e a implantação nos locais de trabalho.
Foi proposto, entretanto, um foco prioritário imediato: os grandes municípios – incluídas todas as capitais – e aqueles em que está em jogo um projeto político audacioso. Falou-se em constituir um partido forte e organizado como suporte às vitórias almejadas. Mais correto será dizer que isso é indispensável para potencializar a ação partidária em todos os terrenos de ação.
como fazer é a questão mais nova. Deve-se ser objetivo nisso. A revisão, em essência, é a indicação e responsabilização de quadros de base como pivôs de estruturação de cada uma das organizações. Em torno dele ou dela é que se define o conjunto de militantes que atuarão regularmente naquela organização. Sem quadros de base responsáveis e dedicados a isso não haverá bases, afirmou o Encontro! Organizações de base, dos mais variados tipos, têm nome e responsável.
A revisão se completa, no plano organizativo, com a indicação e responsabilização, em cada comitê (municipal ou auxiliar, que seja) de quadros intermediários voltados exatamente para isso, organizar o esforço de dar vida regular às bases militantes. A responsabilidade deles é liderar, apoiar e coordenar os quadros de base já referidos. A questão decisiva é fornecer regularmente pauta e agenda de ação para as organizações de base e examinar o desenvolvimento do trabalho deles, com apoio e estímulo.
O sistema organizativo municipal e estadual, então, precisa constituir uma rede própria em cada lugar dezenas ou centenas de quadros intermediários que coordenam centenas ou milhares de quadros de base. Fóruns de quadros intermediários que coordenam fóruns de quadros de base, essa é a logística indicada.
Os resultados vão ser aferidos assim, ao longo do tempo, já a partir das conferências de 2011: em quantos comitês municipais se faz a revisão organizativa efetivamente; quantos quadros intermediários serão indicados para esse fim; quantos quadros de base serão responsabilizados; quantas organizações de base estão constituídas de modo mais regular. Quantos militantes estão efetivamente organizados nelas.
A questão dos quadros intermediários e de base é um dos três pilares da política aprovada no 12º Congresso, com o voto de todos. É disso que depende essencialmente a vida militante de base mais definida e regular. No caso dos quadros intermediários, conjunto mais extenso, o que está se propondo para a revisão organizativa, como se depreende, é um subconjunto mais diretamente voltado para a coordenação/liderança do trabalho organizativo voltado para a vida militante de base. Por isso falamos de uma rede organizativa.
Poderemos chegar nas conferências, em todo o país, a dez mil quadros intermediários e dez mil ou mais quadros de base designados. Isso abrirá nova tela de exigências para a formação e estímulo para esses líderes da vida partidária.
Um outro grande desafio da revisão organizativa – talvez o maior – será o de as secretarias de organização estaduais e municipais liderarem de fato o discurso e prática da linha política de estruturação partidária. Isso implica em conquistar toda a direção e lideranças partidárias para o compromisso com tal linha, e descer mais nas escalas partidárias no esforço de impulsionar, na prática, a orientação dada.
Mais Vida Militante para um Partido do Tamanho de Nossas Ideias vai depender nevralgicamente da revisão organizativa. Por isso, será positivo o estímulo de elevar a delegação das conferências segundo o número de Assembleias de Base realizadas, e não apenas com base no número de militantes participantes. As normas estaduais das conferências podem estabelecer esse critério.
Walter Sorrentino

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