quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Audiência pública: mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia

A guerrilha do Araguaia


Os combates no Araguaia começariam em abril de 1972, seis anos depois da chegada dos primeiros militantes do PC do B, quando o Exército iniciou o ataque aos destacamentos guerrilheiros.
As Forças Armadas realizaram três campanhas militares e operações de inteligência na região, mobilizando cerca de 10 mil homens. No ano de 1972, foram feitos prisioneiros, mas, depois disso, a ordem do comando militar era “eliminar” todos os envolvidos.Operações Militares contra a guerrilha do Araguaia.  
A operação Mesopotâmia, desencadeada pelo Exército entre 2 e 12 de agosto de 1971, foi comandada pelo General de Brigada Antônio Bandeira de Mello e contou com cerca de 40 agentes, pertencentes ao CIE, Comando Militar do Planalto, 11ª. Região Militar e 3ª. Brigada de Infantaria. Tinha como objetivo colher informações e prender militantes na divisa entre Pará, Maranhão e Goiás (hoje Tocantins).
Na operação, os agentes seguiram pistas que poderiam levar a militantes do PRT, da AP, da ALN, da VAR-Palmares e da Ala Vermelha naquela região.
Os agentes percorreram a região, aportando em cidades como Imperatriz, Lagoa Verde, Porto Franco, Tocantinópolis, Araguatins, Trombas e Buritis. Dezenas de militantes e simpatizantes (a maioria camponeses) foram presos. Entre eles, Epaminondas Gomes de Oliveira, militante do PRT, foi preso em sua casa, em
Tocantinópolis, torturado e morto sob a tutela do Exército Brasileiro em Brasília. A CNV procedeu à exumação dos restos mortais de Epaminondas em 24 de setembro de 2013. O trecho abaixo, do relatório da Operação Mesopotâmia, mostra como essa operação foi precursora das ações militares posteriores na região do Araguaia. Segundo o general Antônio Bandeira, a operação teria atingido plenamente seu objetivo, na medida em que desarticulou o “movimento subversivo em gestação na área”, “levantou dados que possibilitaram a identificação e prisão de subversivos em outros locais do País”.  
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/Araguaia_apresentacao.pdf

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