terça-feira, 3 de maio de 2011

Transporte para Santos ser sub-sede da Copa
Por Wagner de Alcântara Aragão

A mobilização está em curso, e a grande maioria dos santistas certamente aprova: Santos para sub-sede da Copa 2014. Mais do que o entusiasmo, o orgulho de ver nossa cidade incluída no roteiro do maior evento de futebol do planeta, o que a sociedade local (autoridades, lideranças políticas e comunitárias) não pode perder de vista é que a campanha deve ser transformada em oportunidade para solucionar crônicos problemas urbanos.
 
Falemos, neste momento, do transporte e do trânsito.

Saturado do jeito que está, o nosso sistema viário não tem comportado sequer o tráfego do cotidiano, dos dias úteis. Ao se colocar como candidata a receber equipes da Copa, desde já a cidade precisa se preparar para garantir a mobilidade, de seus moradores e das centenas de visitantes que receberá.
 
Os investimentos passam – chega a ser óbvio, de tão repetido, mas é sempre bom reiterar - pelo transporte coletivo. Se todo mundo sabe, então está na hora de agir, de deixar de se submeter a interesses particulares.

O metrô leve (veículo leve sobre trilhos, VLT) parece, mais uma vez, ter ficado nas promessas de campanha dos tucanos ao governo do Estado. Enquanto o VLT não vem, o sistema de ônibus deve ser urgentemente melhorado.

A começar por um profunda reformulação nos itinerários – a última grande alteração nos roteiros ocorreu 20 anos atrás, quando o Terminal do Valongo foi inaugurado. De lá para cá, novos polos geradores de tráfego surgiram na cidade; outros desapareceram, alguns cresceram – mas as linhas continuam a seguir os mesmos caminhos de antes: longos, demorados - irracionais.

A reformulação dos itinerários deve ser seguida da implantação do bilhete único. Inadmissível que essa tecnologia de integração tarifária ainda não tenha chegado ao transporte municipal e ao transporte metropolitano santista. Com o bilhete único, viabiliza-se a re-estruturação das rotas, já que as linhas poderão ser pensadas prevendo-se o transbordo de passageiros, sem pagamento de nova tarifa.

A frota precisa ser modernizada. Temos, sim, um frota nova, porém constituída de ônibus montados sobre chassis de caminhão. As linhas devem ser operadas por veículos com motor traseiro, câmbio automático, piso baixo, movidos a biodiesel ou ônibus híbridos, que garantem mais conforto aos passageiros e melhores condições de trabalho aos motoristas.

Como se vê, são medidas que não têm nada de complexas. Exigem, apenas, um pouco de vontade político-administrativa – e, principalmente, da decisão de colocar o interesse público acima das pressões privadas.

Wagner de Alcântara Aragão

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