segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Em São Paulo o povo está na rua contra o aumento da passagem. E aqui?

O Diário Oficial de Santos,do último dia 17,  traz a triste notícia do aumento da tarifa de R$ 2,50 para R$2,65, a partir deste  domingo,dia 20. A empresa alega aumento do custo das peças e de pessoal! Agora como entender esses "custos", se a função de cobrador foi extinta há alguns anos e os amarelinhos (ou picachus, como são conhecidos também os vendedores de passagens), são cada vez mais raros e ganham miserávelmente mal. Até hoje, a empresa nunca apresentou a planilha de custos(é um segredo de Estado!), quer seja aos vereadores, quer seja à população. Como permissionária de serviço público, seus custos deveriam ser transparentes e publicizados, no entanto isso está bem longe de acontecer. Nunca é demais lembrar, que o dono da Piracicabana é também dono da Gol Linhas Aéreas e de outras empresas de ônibus rodoviários, entre elas a Breda, que há anos tem um rentável contrato com a Usiminas (desde os tempos da Cosipa).
 
Mas, a quantas anda a mobilização contra o aumento? Desde a histórica (e digito "histórica" de mão cheia!) manifestação que parou o Terminal Valongo e foi manchete no Bom Dia São Paulo, da TV Globo, não se viu grandes mobilizaçoes de impacto (e que "mobilização de impacto" não se restrinja somente a presença destacada na imprensa). Infelizmente, em Santos, as vaidades e ódios entre forças políticas vem atrapalhando o que é uma grande bandeira para ser defendida e, consequentemente, mobilizar o povo que não participa de nenhum partido ou movimento social.
 
Tive a oportinidade de participar de uma reunião de mobilização pelo Passe Livre em que a rejeição  de  uma idéia  se dava não porque ela era ruim ou inviável, mas porque, pura e simplesmente, determinada  força política a apresentou. tanto que uma outra força política apresentou praticamente a mesma idéia e ela acabou sendo aprovada. Divergèncias de idéias existem e é bom que seja assim, pois como disse Nelson Rodrigues: "A unanimidade é burra." Não é necessário que a força política "X" goste ou adote as idéias da "Y", mas que se unam com um objetivo comum. Os capitalistas e os donos dos meios de comunicação competem entre si, o que é coerente com a ideologia que defendem. No entanto, quando se sentem ameaçados, não hesitam em se unir para garantir seus privilégios. Ainda sonho em ver uma mobilização nessa cidade realmente popular, em torno de uma causa. Não só os mesmos militantes de partidos e movimentos sociais, com suas eternas divergências.
 
 Essa é uma grande oportunidade para se começar a acordar o povo para um de  seus direitos, que é o de se locomover pela cidade, pois o transporte público dá acesso a outros direitos como educação, saúde, lazer, esporte, além de tirar muitos e muitos carros das ruas. Mas além disso, o mais importante: termos justiça! Não dá para entender como uma cidade tão pequena como Santos, pode ter um transporte tão caro. Só pode ser roubo, má fé ou os dois juntos!
 
 
Anderson Roberto da Silva Barros - Membro do Comitê Municipal do PCdoB/Santos
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário