terça-feira, 31 de janeiro de 2012

90 anos e eleições, prioridades do PCdoB Paulistano




Comunistas de São Paulo realizaram reunião da direção nesse fim de semana e traçaram metas para o partido na capital.
Em reunião realizada nesse sábado, a Direção Municipal do PCdoB Paulistano apontou as prioridades para o próximo período. A atividade começou com a explanação do Secretário Sindical do Comitê Central, Nivaldo Santana. Com destaque para a instabilidade econômica mundial, especialmente concentrada nos países mais ricos do mundo, e para a luta contra o neoliberalismo que ganha força na América Latina, Nivaldo alertou sobre a importância do Brasil no cenário mundial. Sobre a situação brasileira, o dirigente comunista demonstrou preocupação com as tentativas da grande mídia para encurralar o governo federal.


Wander Geraldo, Presidente do Comitê Municipal, acerca da questão municipal destacou o grande número de pré-candidaturas, e a ausência dos tradicionais nomes na disputa. Isso, segundo ele, abre a possibilidade de uma eleição mais arejada e com maior debate e participação popular.
Os presentes debateram durante todo o dia e aprovaram uma resolução por unanimidade, com destaque para as eleições e para as comemorações do aniversário de 90 anos do PCdoB.
Segue a íntegra da resolução:

PCdoB, 90 anos: ocupar as ruas rumo às eleições

São Paulo acaba de comemorar 458 anos. Nessa longa história, a capital paulista se tornou a principal cidade do Brasil e uma das mais importantes do mundo. Isso é motivo de orgulho pra todos os trabalhadores que, com muito suor, construíram a riqueza da metrópole. Porém, ao mesmo tempo em que pulsa de tanta riqueza, são Paulo é também símbolo dos piores contrastes sociais. Segundo pesquisa realizada pelo Movimento Nossa SP e IBOPE, 56% dos paulistanos entrevistados se pudessem deixariam a cidade.
A eleição municipal é um momento especial para os comunistas!

O ano de 2012 é um momento importante nesse projeto de transformação. As pré-candidaturas ainda não estão totalmente definidas. Aparentemente, os tradicionais nomes não estarão na disputa, que deverá ser marcada no primeiro turno pela diversificação de candidaturas. A se confirmar essa situação, podemos ter uma eleição disputadíssima, em que o eleitor só tem a ganhar.

Nas pesquisas, Netinho aparece em primeiro ou em segundo, em empate técnico com o primeiro. Também é um dos candidatos mais conhecidos da população. A esmagadora maioria dos seus eleitores votaria nele em qualquer condição. Isso demonstra que a tática de lançá-lo candidato, além de estar de acordo com a nossa orientação nacional de maior ousadia política, está no rumo dos verdadeiros anseios da população paulistana. Além do destaque que nosso candidato terá, a chapa de vereadores que o Partido está preparando é a maior e mais representativa da nossa história recente. É uma grande vitória e representa o crescimento do Partido nos últimos anos. O nosso objetivo é ampliar a bancada do PCdoB na câmara, meta possível considerando-se a chapa até aqui montada, pela sua representatividade e amplitude política.
90 anos de PCdoB. O Partido do Socialismo com a cara do Brasil!

Em 25 de março de 1922, um grupo de trabalhadores fundou o Partido Comunista do Brasil. São 90 anos de muitas lutas, de muita resistência, de muitas vitórias, mas sempre ao lado do povo, mantendo firme a bandeira do socialismo. É hora de homenagear esses pioneiros, mas também todos aqueles que mantiveram suas idéias, e todos aqueles que hoje, lutam pelo sonho de um país mais justo, com liberdade e democracia. No dia 14 de fevereiro, nas ruas do centro da nossa cidade, festejaremos essa história num Bloco de Carnaval, além disso, participaremos com centenas de camaradas da nossa cidade na festa nacional que vai ocorrer na cidade do Rio de Janeiro dia 24 de Março
Reunida no dia 28/01/2012,

A Direção Municipal do PCdoB-SP
De São Paulo

Rovilson Portela

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dynéas Fernandes Aguiar: exemplo militante

Por Fernando Garcia e Renato Bastos*

Dynéas em seu posto de trabalho no CDM



Mesmo com uma busca apurada será difícil encontrar muitos militantes de esquerda que tenham passado, com atuação orgânica, desde a ditadura de Dutra até o governo Dilma. Dos poucos existentes, um grupo mais seleto será daqueles que tiveram diversificado tipo de atuação. Desse número restrito um deles é Dynéas Fernandes Aguiar; há mais de 60 anos quadro do Partido Comunista do Brasil.



Sua trajetória começa na adolescência, em que acompanhou com imensa empolgação as homenagens ao centenário de Castro Alves, em 1947. Os ideais republicanos e de libertação de escravos contidos na obra do Poeta da Abolição iniciaram um processo sem volta: a luta por democracia e liberdade. Ele mesmo conta: “A leitura de Navio Negreiro foi uma coisa nova, ali estavam grandes sentimentos de luta por liberdade.” Na mesma época teve contato com a campanha pela nacionalização do Petróleo, que iria culminar na criação da Petrobrás.



No Colégio Estadual Caetano de Campos, tradicional no centro de São Paulo, ele participou de movimentações organizadas pela direção do grêmio. “O presidente era um policial. Honesto, mas reacionário. Um dia ele mostrou antipatia com o pessoal que segurava uma faixa da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), pensei ‘bom, ele não gostou, então eu quero conhecer esses caras da tal UPES.’”



Dessa forma entrou na União da Juventude Comunista e no Partido Comunista do Brasil. Por seu prestígio e disciplina foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundários por duas gestões. E na mesma época acompanhou de perto a crise que se instalara no PC do Brasil por conta das denúncias contra os crimes de Stalin feitas por N. Krushov durante o 20º Congresso do PCUS.



Participou dos intensos debates durante o 5º Congresso do PCB, quando se fortalecia o pensamento que o partido deveria se aliar a um amplo nacionalismo para buscar caminhos que colocassem o Brasil no rumo revolucionário. Em 1962, foi eleito para o Comitê Central do Partido Comunista do Brasil que havia se reorganizado, depois de parte da direção partidária ter desistido do velho partido e fundado o Partido Comunista Brasileiro. Agora seu partido tem a sigla de PCdoB e tinha como companheiros de direção Pedro Pomar, Maurício Grabois, João Amazonas, Calil Chade entre outros.



Deslocado para Brasília, fez resistência à quebra da legalidade com a tentativa de golpe contra Jango após a renúncia de Jânio Quadros e com a anuência da direção do PCdoB, ajudou na preparação do levante dos sargentos realizado na Capital Federal como forma de protestos contra a proibição dos sargentos eleitos deputados federais tomarem posse.



Quando ocorre o Golpe Militar, Dynéas partiu para a uma nova tarefa, curso na China. Junto com Osvaldo Orlando da Costa e outros companheiros que morreram na guerrilha do Araguaia participou de aulas que aprofundaram o conceito de guerra popular e o conhecimento sobre a experiência chinesa.



Ao voltar compôs a Comissão Nacional de Organização para trabalhar junto com Carlos Danielli. Ali prepararam a 6ª Conferência, de 1966, que teve como principal pauta a readequação da política partidária com a nova realidade política brasileira depois do golpe de 1964. As resoluções apontam de forma mais enfática a necessidade de preparação da luta armada.



Em 1969, como dirigente em São Paulo realiza a preparação para a luta armada no sul do Pará, como parte de uma política mais ampla da guerra popular, mas diante das quedas que a ditadura impunha aos comunistas, ele se exila na Argentina e a partir de Buenos Aires, ajuda na divulgação da guerrilha do Araguaia e realiza contatos de solidariedade pela luta do povo brasileiro.



Posteriormente retorna à China e junto com Diógenes Arruda Câmara, João Amazonas eRenato Rabelo, participava de uma reunião que discutia relações internacionais, quando foi pego de surpresa pela notícia da queda da Lapa. O PCdoB havia sido gravemente ferido com a perda de três valorosos militantes que Dynéas estimava tanto: Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond. Três gerações de militantes que simbolizavam a continuidade de um partido de 54 anos. Outros tantos foram presos e passaram por situações de humilhação e tortura. Nessa hora de estarrecimento, a orientação foi de não voltar ao Brasil e tratar da 7ª Conferência, realizada na Albânia em duas etapas: a 1ª em 1978 e a 2ª em 1979.



A pauta principal era como reestruturar o partido após a queda da Lapa, preparar politicamente para a distensão política e anistia. O enraizamento dos comunistas no seio do povo se daria pela participação pesada no movimento estudantil, organização de uma entidade juvenil e outra de mulheres amplas, um jornal de massas, e por fim, uma revista teórica. Dynéas, junto com os companheiros de direção, foi um dos principais elaboradores dessa preparação para atuar abertamente.





Conquistada a legalidade em 1985, Dynéas se torna um dos responsáveis diretos pela estrutura partidária, atravessa a avalanche ideológica que os comunistas sofreram com a queda do muro de Berlim com a serenidade de 40 anos de militância e contribui para o canto da sereia entoado pelo Consenso de Washington não abalar a foice e o martelo da bandeira do PCdoB.



Nos anos que o Brasil foi acometido pelo neoliberalismo, Dynéas foi desempenhar outra tarefa. Em Campos do Jordão, cidade em que morou durante anos, assumiu o desafio de ser vice prefeito e lutar por uma administração pública que tivesse visão estratégica para a cidade e para os interesses do povo.



No desempenho dessa tarefa há uma história que resume bem a personalidade do velho comunista. Ele recusou durante o seu mandato a se utilizar do carro oficial que tinha direito, deslocando-se pela cidade sempre de ônibus ou carona. Diante de tal recusa e dada a sua pontualidade, um dos motoristas, sempre que possível, passava pelo ponto de ônibus próximo a casa de Dynéas e lhe oferecia carona. Como não desconfiava da estratégia, ele sempre aceitava e ia para a Prefeitura no carro oficial.



Com o corpo cansado e a mente muito viva, ele se dedica hoje ao trabalho de construção da história partidária realizada pelo Centro de Documentação e Memória da Fundação Maurício Grabois. A trajetória de Dynéas é uma fonte informação e análise da trajetória dos comunistas no Brasil. Ele coordena e realiza pesquisa que ajudam a sistematizar a história de 90 anos do Partido que ele ajudou a construir.



São poucos os brasileiros que podem mostrar uma trajetória de mais de 60 anos de luta em defesa do Brasil e pelo socialismo. Dynéas tem um currículo revolucionário que conta com a luta armada e governo, a experiência de direção da base à cúpula, a luta teórico-ideológica interna, a reestruturação partidária. Tudo isso realizado com disciplina e dedicação sem perder o mesmo brilho nos olhos quando militava na UPES.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Santos comemora 466 anos de história e de luta!!!

Santos, uma cidade que se reinventa a cada momento, precisa continuar seu processo de mudança avançando para o futuro. O Porto, o Pré-Sal e o Turismo são as fontes para encararmos os desafios de termos uma cidade economicamente viável, socialmente harmonizada e ambientalmente sustentável.
Consolida-se como uma cidade que consegue atrair toda a espécie de esporte de ponta sem esquecer-se da inclusão dos pequenos e deficientes.
Na educação a cidade ostenta os títulos de Cidade Educadora (2007) e de Cidade livre do analfabetismo (2008). Entrega doze escolas novas em sete anos, mais um Centro de Atividades Integradas - CAIS este para atender crianças e adolescentes em atividades de cultura, lazer, esporte e educação. Amplia a jornada de mais de dez mil alunos e atendendo ao pleito de pais e educadores - transforma 05 unidades em escolas tempo integral além de proporcionar a Gestão Democrática nas Unidades.

Santos desponta no cenário cultural nacional como um dos principais celeiros de novos atores e atrizes. Mantém e amplia cursos e oficinas às comunidades. Cria Fundo para Cultura, reforma o teatro Guarani, do teatro Braz Cubas além do nosso Coliseu e faz desta cidade referência no cenário Cultural Nacional. Tudo isso sem falar do Santos Film Commission que intermedia negócios que levam o nome de Santos para o mundo em comerciais publicitários e apoio as artistas locais.
Na assistência a cidade tem atuado no sentido de cuidar especialmente das famílias em vulnerabilidade e das pessoas idosas, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. Por essas e outras razões, apresenta o 3º Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (IDH) do Brasil.
Na saúde amplia as UBS’s, as equipes de saúde da família (de 02 para 15), compra o hospital dos Estivadores - para combater a falta de leitos na região - e o mais importante, reduz a mortalidade infantil para 13,9% em 2010 (antes, em 2004, era de 15,5%).

POR TUDO ISSO E MUITO MAIS, NÓS DO PCDOB DE SANTOS, QUEREMOS DAR PARABÉNS A ESSA CIDADE LINDA!!


Fotos da passagem de ano de 2011/2012. 




Santos possui o maior jardim à beira-mar do mundo:

Santos é uma das cidades mais antigas do Brasil, portanto histórica, mas também cosmopolita, portuária e ecológica. Seu povoamento começou por volta de 1540 e o passado deixou legados preciosos em casarões, museus e igrejas, destacando-se a Bolsa Oficial do Café, marco da riqueza da cidade. Santos abriga o maior complexo portuário da América Latina, construído no início do século XX, fase de grande progresso como escoradouro de café.

Suas praias são lindas, com jardins coloridos, entremeados de amendoeiras e palmeiras.

Decretos, leis e iniciativas resgataram seu velho charme de cidade litorânea ecologicamente correta. Santos oferece ainda vida cultural intensa, um centro comercial dinâmico, bares movimentados, restaurantes requintados e todo o conforto de um moderno centro turístico.
Elevada a Vila em 1545, Santos tem sua origem relacionada com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses ao Brasil, na expedição de Martim Afonso de Souza. Este veio distribuir, entre os fidalgos que o acompanhavam, as terras ao redor da Ilha de São Vicente. Dentre eles estava Brás Cubas oficialmente fundador de Santos.
Do povoado partiram muitas bandeiras, que penetraram no interior do território brasileiro, em busca de riquezas. Em nosso porto também desembarcaram, no início deste século, novos colonizadores: os imigrantes, oriundos de diversas partes do mundo.
Santos teve a primeira Santa Casa de Misericórdia da América. É berço de figuras de renome, como os irmãos Bartolomeu e Alexandre de Gusmão e os irmãos Andradas, dentre os quais se projetou José Bonifácio de Andrada e Silva, personagem maior da Proclamação da Independência.,

Graças a seus filhos ilustres e ao espírito comunitário, Santos sempre se destacou na história nacional, ora envolvida na libertação dos escravos, ora lutando pela independência do País.
Santos tem inúmeros monumentos históricos, compostos por azulejos e mármores, máscaras e estátuas, pinturas em tela e afrescos, altares e túmulos, gradis de ferro e postes de iluminação, pormenores que valorizam as obras.

Esternos observadores, os rostos esculpidos nas fachadas testemunham a preservação do acervo. No Centro de Santos permanecem ainda alguns trabalhos do pintor e historiador Benedicto Calixto, dentre eles os painéis do Salão dos Pregões da Bolsa Ofifical de Café, de 1922.


A arte Sacra se manifesta em igrejas coloniais, barrocas, neogóticas e no museu instalado no Mosteiro de São Bento, que guarda relíquias como a imagem de Santa Catarina de Alexandria, do século XVI, que assistiu a fundação de Santos e, segundo a lenda, chegou a proteger a cidade de um ataque de piratas.


O Outeiro de Santa Catarina é o local do marco inicial da povoação da cidade. O pequeno monte, significado da palavra outeiro, foi dado pelo Capitão-Mor Antônio de Oliveira aos primeiros povoadores do lugar em 1539. Mais tarde Brás Cubas, o fundador de Santos, adquiriu as terras virgens junto ao local, para construir um novo ancoradouro. No século XVI, Luiz de Góes e sua esposa, Catarina de Aguillar, uma família que morava próximo do local, construíram na base do morro a capela de Santa Catarina de Alexandria, a primeira de Santos e que em 1540 se tornou a primeira matriz. Quando o corsário inglês Tomas Cavendish saqueou a vila, em 1591, a capela foi destruída e a imagem da santa, jogada ao mar. Em meados do século XVII, a peça foi resgatada por escravos e, em 1663, iniciou-se a reconstrução da capela, agora no topo do outeiro.

Ao longo dos séculos XVIII e XIX, o morro foi sendo desbastado para a obtenção de aterro para construção do porto. A igreja foi demolida. Entre 1880 e 1884, o médico João Éboli, estabelecido em Santos, mandou construir uma casa acastelada sobre o bloco de pedra restante. Após longo processo de decadência, o local foi tombado em 1985 e reconstruído pela Prefeitura em 1992.

Hoje abriga a sede da Fundação Arquivo e Memória de Santos, instituição responsável pela gestão dos arquivos públicos e da memória não edificada da cidade.
No Pantheon dos Andradas, construído ao lado do Conjunto do Carmo, está o jazigo de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, e de seus irmãos Antônio Carlos, Martim Francisco e Padre Patrício Manuel.

O prédio inaugurado em 7 de setembro de 1923, conta com monumento projetado pelo escultor Rodolpho Barnadelli e executado na Itália. Além das urnas, o templo cívico apresenta quadros em bronze com cenas da História do Brasil e inscrições de frases dos irmãos Andradas.


Foi o Centro Histórico, compreendido pelo quadrilátero entre as ruas São Bento, São Francisco, Constituição e o cais do Porto, que primeiro viu surgir uma cidade próspera, vanguardista e, acima de tudo, bonita.

Prédios, praças, ruas e vielas até hoje compõem um cenário que se caracteriza como conjunto arquitetônico dos mais importantes dentre os remanescentes no Brasil.

Do simples colonial ao rebuscado barroco, da austeridade vitoriana à suntuosidade neoclássica, a diversidade de estilos marca presença nas fachadas.

O estado de preservação caracteriza os imóveis construídos para ocupação militar, residencial, comercial ou religiosa, já que a cidade se concentrava naquela região até o final do século passado.

Com o crescimento do porto e a instalação da Ferrovia Santos-Jundiaí, houve necessidade de sanear o restante da ilha, o que levou ao deslocamento da população para a praia.
Santos é, enfim, uma cidade cheia de cultura impressa em seus monumentos, museus e artes.

Cidade sempre preparada para receber turistas o ano inteiro, dispõe de muitas formas de lazer, entretenimentos, comércio, hospedagens, passeios, etc.

Em 1998, a Organização das Nações Unidas apontou a cidade de Santos como a primeira no estado de São Paulo em qualidade de vida, e a terceira do Brasil.
Uma dica, para conhecer melhor os pontos turísticos de Santos, tanto para moradores da região como para turistas, é a Linha Conheça Santos e o Bonde Turístico no Centro.

http://www.santoscidade.com.br/historia.php

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Portuários de Santos se reúnem terça para decidir sobre greve




Os cerca de 1.500 trabalhadores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) estão convocados para uma assembleia amanhã (24), às 20h, na sede Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), em Santos, para definir se a categoria fará paralisação de 24 horas no dia 8 de fevereiro para cobrar a assinatura do acordo coletivo.
"Vamos decidir sobre a paralisação de 24 horas para cobrarmos a assinatura do acordo coletivo, a gestão profissional dos portos e a solução para o Portus. A assembleia será realizada em conjunto por todos os sindicatos representantes de trabalhadores das Companhias Docas", diz o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, no site do sindicato.
O calendário de mobilização foi determinando durante encontro da Federação Nacional dos Portuários (FNP), promovido em Santos no início deste mês, que reuniu representantes de diversos portos administrados pela Companhias Docas em todo país. Eles definiram ações pela reestruturação das Cias Docas e pela assinatura do acordo coletivo 2011.
Everandy Cirino lamenta que, apesar de toda a mobilização realizada em 2011, com greve no Porto de Santos, o Governo ainda não tenha autorizado a assinatura do acordo coletivo em nenhum porto.
"As empresas devem promover uma verdadeira e eficaz reestruturação administrativa, investir em profissionais de carreira e criar um setor de Recursos Humanos capaz de entender as peculiaridades de cada porto e as reivindicações da categoria", analisa o sindicalista.
Portus
A Federação Nacional dos Portuários já encaminhou à Secretaria Especial dos Portos (SEP) documento reivindicando o fim da intervenção no Portus (fundo de pensão dos funcionários da antiga Portobrás), em 2001. O relatório parcial, apresentado pelo interventor do Portus, cita uma possível liquidação e o desmembramento do fundo, de forma que cada Companhia Docas custeie seus próprios participantes. No entanto, o relatório não prevê o pagamento dos débitos da União e das patrocinadoras, estimados em R$ 4 bilhões. A dívida da União, da época da antiga Portobrás que foi extinta em 1990, é de R$ 1,2 bilhão.



"Pelo relatório, mais uma vez o trabalhador portuário será prejudicado enquanto quem realmente deveria ser responsabilizado pela atual situação do Portus nada sofrerá. Queremos que o Governo Federal libere os R$ 150 milhões referentes à última parcela dos R$ 400 milhões, autorizados pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva", diz, lembrando que em 2008, mais precisamente no dia 10 de julho, ficou estabelecido que as primeiras remessas dos R$ 400 milhões assegurados pelo Presidente Lula para pagamento das dívidas das Companhias Docas para com o Portus seriam feitas em outubro deste 2008 e em abril de 2009. Infelizmente, o dinheiro só foi liberado três anos depois desse anúncio: R$ 250 milhões foram autorizados em duas parcelas nos meses de setembro e outubro de 2011.

"Não sabemos mais em quem confiar. As promessas feitas pelos interventores e pela própria Secretaria Geral da Presidência não foram cumpridas. Quando estivemos nos gabinetes dos órgãos governamentais, logo após o anúncio da intervenção, fomos informados que o objetivo do Governo seria a recuperação do fundo de pensão dos trabalhadores portuários, e não sua liquidação".

Acordo coletivo

Outro assunto que será discutido na assembleia é a assinatura do acordo coletivo por parte das Companhias Docas.A data-base de todos os trabalhadores portuários, empregados das Companhias Docas, é 1° de junho. Porém, até agora o Governo não autorizou a assinatura do acordo coletivo em nenhum porto.

"Nós, aqui de Santos, fomos os únicos que realizamos greve de 24 horas, em 21 de novembro, em razão do não cumprimento da proposta salarial apresentada pela Codesp", afirma o sindicalista.


Gestão
Outra reivindicação da categoria, que deve ser debatida na reunião, é a de que a Companhia Docas seja administrada por empresas e pessoas que tenham envolvimento e conhecimento do setor portuário.
"Vamos defender também, mais uma vez, que as empresas tenham autonomia para analisar, principalmente, as questões que envolvem o trabalhador", finaliza Everandy Cirino.

A categoria foi procurada mas não foi localizada.


Fonte: Sindaport

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Nota Pública

A Direção Municipal de Santos do Partido Comunista do Brasil, reunida no último dia 16 de janeiro de 2012, discutiu e aprovou as seguintes resoluções:

      Após cuidada análise do quadro político e intensa e democrática discussão interna levada a cabo nos últimos meses,  o PCdoB de Santos decide tornar pública sua decisão, fruto da permanente preocupação com o bem estar dos munícipes e com o progresso social da cidade de Santos e, em coerência com sua postura de apoio a um projeto que vem se mostrando vitorioso, declarar apoio público à candidatura do PMDB às eleições majoritárias de 2012;
      Indica ainda o apoio à pré-candidatura a prefeito de Sérgio Aquino, por entender tratar-se de um quadro com grande capacidade comprovada pela sua atividade como Secretário Municipal de Assuntos Portuários e Marítimos e também presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), capaz de conduzir a continuidade deste projeto com o qual revela afinidade e, assim, dar uma grande contribuição na direção dos destinos da cidade;
&  Por fim autoriza sua Comissão Política a conduzir as negociações com vistas a formar coligações eleitorais para as eleições municipais de 2012, ad referendum da Direção Municipal.

A Direção Municipal de Santos
Do Partido Comunista do Brasil - PCdoB

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Altamiro Borges: "Privataria tucana" derrota a mídia

O livro "A privataria tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr., é um fenômeno editorial. Lançado em 9 de dezembro, ele já alcançou o posto de mais vendido nas maiores listas deste fim de semana, como das revistas Veja, dos jornais Folha, O Globo, Estadão e nas redes Saraiva, Laselva, Cultura e Fnac.


Segundo a Geração Editorial, responsável pela publicação, "o fenômeno continua deixando vendedores de queixo caído". Afinal, o livro foi sabotado descaradamente pela maior parte da velha mídia. Não foi alvo de resenhas nos jornalões e revistonas e, até agora, não obteve qualquer destaque na TV Globo.

A força das redes sociais

A obra, que detalha os esquemas criminosos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito do processo de privatização das estatais na era FHC, não agradou os barões da mídia. Eles preferiram o silêncio para ocultar o envolvimento de tucanos de alto plumagem, principalmente para blindar José Serra.


O sucesso de vendas, segundo a Geração Editorial, tem uma única explicação. "Esse resultado foi devido ao trabalho das redes sociais, blogs e afins, já que a chamada 'grande mídia' ignorou ou simplesmente criticou A Privataria Tucana. Nestes últimos 30 dias foram 120 mil exemplares impressos".


CPI da Privataria Tucana


Esse fenômeno fez com que o livro alcançasse rapidamente o topo dos mais vendidos e desbancou grandes best-sellers, como a biografia de Steve Jobs e o novo romance do Jô Soares. Ele também "provocou o pedido de abertura da CPI da Privataria, requerida pelo deputado federal Protógenes Queiroz".


Em tempos de internet, a mídia alternativa "conseguiu mostrar sua força e mobilizou em cadeia nacional milhares de pessoas que esperavam por um livro como este. Uma obra que exibe 140 páginas de documentos oficiais e 200 de textos que mostram a promíscua relação entre o público e o privado, especialmente durante as privatizações realizadas durante os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e as relações dos familiares do ex-ministro José Serra".


Publicado no Blog do Miro

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mauro Santayana: Teotônio Vilela e as privatizações

As circunstâncias políticas levaram o governador Teotônio Vilela Filho a inscrever-se no PSDB – assim como muitos outros de seus companheiros de geração. Quando o fizeram, o partido surgia como uma grande esperança de centro-esquerda, animada, ainda, de proclamada intenção de saneamento dos costumes políticos. Provavelmente, se seu pai não tivesse morrido antes, ele, durante o governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, teria mudado de legenda.

O intrépido e arroubado patriota que foi Teotônio Vilela pai teria identificado, nos paulistas que, desde então, controlam o partido, os entreguistas que, na herança de Collor, desmantelaram o Estado e venderam, a preços simbólicos, os bens nacionais estratégicos aos empresários privados, muitos deles estrangeiros, e teria aconselhado o filho a deixar aquele grupo.


O PSDB – e, com muito mais inquietação, a ala paulista do partido – se assusta com a hipótese de que a abertura do contencioso das privatizações, a partir das revelações do livro de Amaury Ribeiro Júnior, venha a trazer a punição dos responsáveis, e trata de defender-se. Seus dirigentes não parecem muito preocupados com as vicissitudes de José Serra, que não defendem claramente, mas, sim, com a provável devassa de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – uma vez que conseguiram que a primeira investigação se frustrasse.


O partido se vale, agora, do Instituto Teotônio Vilela, para defender a entrega do patrimônio público, e isso constrange os que conheceram de perto o grande alagoano e o seu entranhado patriotismo. Ele, se não estivesse morto, iria exigir que retirassem seu nome da instituição, que nada tem a ver com as suas idéias e a sua luta. Mas ele não é o único morto que teria queixas nesse sentido. Como sabemos, os “democratas” deram o nome de Tancredo ao seu instituto de estudos, quando o grande mineiro sempre se pôs contra as oligarquias e sempre se opôs à Ditadura. Só falta, agora, o Instituto Millenium adotar o nome de Vargas.


A “Carta da Conjuntura”, do PSDB, datada de dezembro último, não se limita a cantar loas a Fernando Collor e a Fernando Henrique. Em redação ambígua, dá a entender que coube a Itamar iniciar o processo de privatização da Vale do Rio Doce, consumada em 1997. Vejamos como está redigido o trecho:


“A transferência paulatina de empresas públicas para o capital privado tornou-se política de governo a partir da gestão Fernando Collor, por meio da implantação do Programa Nacional de Desestatização. Dezoito foram vendidas em sua curta passagem pelo Planalto. O presidente Itamar Franco não retrocedeu e manteve a marcha, privatizando mais 15 companhias. Nesta época, os principais alvos foram as siderúrgicas, como a CSN, a Usiminas e a Cosipa, e as mineradoras, como a então Companhia Vale do Rio Doce (hoje apenas Vale). A Embraer também entrou na lista, no finzinho de 1994”.


Ora, é público e notório, para quem viveu aquele tempo – não tão remoto assim – que Itamar reagiu com patriótica indignação contra a privatização da Vale do Rio Doce. Reuniu, em 1997, vários nomes do nacionalismo brasileiro em seu escritório de Juiz de Fora, quando foi redigido – e com minha participação pessoal – um Manifesto contra a medida. Mais ainda: Itamar impediu, como governador de Minas, a privatização da Cemig e de Furnas, como todos se recordam.


Os defensores da privatização usam argumentos que não resistem a um exame combinado da ética com a lógica e a tecnologia. Eles se referem à privatização da telefonia como “a jóia da coroa das privatizações”. A telefonia era, sim, a jóia da coroa do interesse estratégico nacional. E se referem ao aumento e barateamento das linhas telefônicas e dos celulares. A universalização da telefonia e seu custo relativamente baixo, hoje, se devem ao desenvolvimento tecnológico. Com o aproveitamento maior do espectro das faixas de rádio-frequência, a miniaturização dos componentes dos aparelhos portáteis e as fibras óticas – para cuja adequação à telefonia nacional foi decisivo o trabalho desenvolvido pelos técnicos brasileiros da CPT da Telebrás. Se assim não fosse, os nômades da Mongólia não estariam usando celulares, nem os usariam os camponeses do vasto interior da China, como tampouco os habitantes da savana africana. Como ocorreu no mundo inteiro, o desenvolvimento técnico teria, sim, universalizado o seu uso no Brasil, com a privatização e, principalmente, sem ela.


Ao ler o texto, lembrei-me dos muitos encontros que tive com Teotônio Vilela, nos seus últimos meses de vida, em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte. Ele lutava com bravura contra o câncer e contra a irresponsabilidade das elites nacionais. A memória daquele homem em que a enfermidade não reduzia a rijeza moral nem o amor ao Brasil – o Brasil dos vaqueiros e dos jangadeiros do Nordeste, dos homens do campo e dos trabalhadores do ABC - me confrange, ao ver seu nome batizando uma instituição capaz de divulgar documentos como esse.


É necessário, sim, rever todo o processo de privatizações, não só em seus aspectos éticos e contábeis, mas também em sua relação com o sentimento nacionalista de nosso povo. Os arautos da entrega alegam, no caso da Vale do Rio Doce, que a empresa tem hoje mais lucros e recolhe mais impostos do que no passado, mas se esquecem de que isso se faz na voraz exploração de nossas jazidas, que jamais serão recuperadas, e sem que haja compensação justa aos municípios e estados produtores.


E há mais: foi o dinheiro brasileiro que financiou a privatização das telefônicas e vem financiando as empresas “compradoras”, como se vê nos repetidos empréstimos do BNDES para sua expansão e fusões, como no caso da Telefônica de Espanha.


Enfim, os “pensadores” do PSDB pensam que os brasileiros são parvos.


Publicado no Jornal do Brasil

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Protógenes vê desespero de Serra com CPI da Privataria

Protógenes com Privataria Tucana


Para Protógenes Queiroz, Serra desrespeita o Congresso e deve explicações por "expedientes criminosos". Deputado diz que Aécio Neves o parabenizou pelo pedido de investigação. Deputado comunista falou à Rede Brasil Atual.


Kerison Lopes


Deputado Protógenes quer instalar CPI para investigar privatizações.

O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) disse nesta quarta (11) que é gesto de “desespero” a crítica de José Serra (PSDB) à CPI da Privataria. Na véspera, o ex-governador paulista Serra classificou de “palhaçada” a eventual instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, pedida por Protógenes, para investigar privatizações de estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.


O deputado lembrou que as assinaturas colhidas para a abertura da comissão foram protocoladas em dezembro, com o apoio de 185 parlamentares – 14 a mais do que o mínimo exigido pela Constituição. “Na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), dará ao pedido. Mas será instalada”, acredita. Ele antecipou que logo após o carnaval os trabalhos da CPI já devem se iniciar.


A investigação decorre do livro A Privataria Tucana, do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Jr., que apresenta documentos e indícios de um esquema bilionário de fraudes no processo de privatização de estatais na década de 1990. Serra era o ministro do Planejamento, gestor do processo. Com documentos, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira de ter atuado como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas.

Questionado sobre as acusações contidas no livro, Serra primeiro chamou o conteúdo de “lixo”, depois chegou a desqualificar a CPI: "Isso é tudo uma palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço".


Protógenes viu na atitude de Serra um desrespeito ao trabalho parlamentar de investigação. “Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.”


Para o parlamentar, o trabalho obscuro de pessoas próximas a Serra, desvendado por Ribeiro causou estranhamento nos próprios integrantes de seu partido, o PSDB. “Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu”, afirmou. Ele ainda relatou que o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) o parabenizou pela iniciativa da CPI.


Confira a entrevista:


Rede Brasil Atual: Como está a tramitação da CPI?


Protógenes Queiroz: A CPI ja foi protocolada e agora segue um rito regimental. Logo na primeira semana de fevereiro vamos saber a tramitação que o presidente da Casa, Marco Maia, deu. Mas será instalada – logo depois do carnaval.


Qual foi a sua impressão do livro A Privataria Tucana?


O livro traz vários fatos inéditos, não é uma reedição de fatos que já haviam sido publicados, pelo contrário. Ele se tornou mais que um livro, um documento que cruza com investigações da Polícia Federal, inclusive algumas que eu mesmo coordenei. O fato é que para o próprio PSDB tudo isso também foi uma surpresa, por isso que também houve a assinatura de vários parlamentares tucanos. É como aquela história do marido traído, que é sempre o último a saber e por terceiros.


Isso produziu alguma crise no PSDB?

Causou uma guerra interna. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala, sem externar publicamente, que também se surpreendeu, quer dizer, já colocando a posição de surpresa e neutralidade naquilo que o Serra liderou, nas privatizações.


Algum outro tucano falou alguma coisa?

No dia em que entreguei a CPI, o Aécio Neves me abraçou, me dando os parabéns.


Qual deveria ser a posição do Serra neste momento?

O Serra deve explicações ao Brasil. Não somente ele, mas também quem estiver ligado a ele, como o Ricardo Sérgio, o grande operador do PSDB. Será que ele foi o operador de todo o PSDB ou só do grupo e da família Serra? Mas é o Serra que deve dar as explicações mais detalhadas, ele é o sujeito que se servia de expedientes criminosos.


Ele chegou a classificar a CPI da Privataria de palhaçada.

Ele foi um governador, como ele pode se expressar dessa forma? Ele está desrespeitando o Congresso Nacional e a vontade popular. Mas essa é uma expressão pela qual ele está acostumado, do próprio meio dele. Não é a expressão conveniente para um instrumento sério de investigação do Parlamento brasileiro, nem a expressão dos parlamentares que assinaram a CPI.


Por que acha que ele falou isso?

Ele está se referindo à CPI de uma forma jocosa, em um tom de brincadeira. Eu considero que essa reação dele é um grito de desespero, bastante desrespeitoso.


Como você enxerga que será o trabalho da CPI?

Nós vamos ter de ver se aqueles documentos do Amaury são verdadeiros ou não, e caso se confirmem vamos encontrar um foco de investigação e aprofundar.


O Serra será um dos convocados?

Com certeza.


A CPI poderia comprometer o futuro do Serra?

Em política tudo é possível. Depois que eu prendi o Paulo Maluf por 40 dias e ele foi eleito deputado federal, então tudo é possível. (Antes de seguir carreira política, Protógenes foi delegado da Polícia Federal e atuou em investigações de crimes de colarinho branco.)


Fonte: redebrasilatual.com.br


http://www.vermelho.org.br/sp/noticia.php?id_noticia=173126&id_secao=39

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Gilson Caroni: O que move o partido-imprensa

A leitura diária dos jornais pode ser um interessante exercício de sociologia política se tomarmos os conteúdos dos editoriais e das principais colunas pelo que de fato são: a tradução ideológica dos interesses do capital financeiro, a partitura das prioridades do mercado.


Por Gilson Caroni Filho, em Carta Maior

O que lemos é a propagação, através dos principais órgãos de imprensa, das políticas neoliberais recomendadas pelas grandes organizações econômicas internacionais que usam e abusam do crédito, das estatísticas e da autoridade que ainda lhes resta: o Banco Mundial (Bird), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC). É a eles, além das simplificações elaboradas pelas agências de classificação de risco, que prestam vassalagem às editorias de política e economia da grande mídia corporativa.


Claramente partidarizado, o jornalismo brasileiro pratica a legitimação adulatória de uma nova ditadura, onde a política não deve ser nada além do palco de um pseudodebate entre partidos que exageram a dimensão das pequenas diferenças que os distinguem para melhor dissimular a enormidade das proibições e submissões que os une. É neste contexto, que visa à produção do desencanto político-eleitoral, que deve ser visto o exercício da desqualificação dos atores políticos e do Estado. Até 2002, era fina a sintonia entre essa prática editorial e o consórcio encastelado nas estruturas de poder. O discurso "modernizante" pretendia – e ainda pretende – substituir o "arcaísmo" do fazer político pela "eficiência" do economicamente correto. Mas qual o perigo do Estado para o partido-imprensa? Em que ele ameaça suas formulações programáticas e seus interesses econômicos?

O Estado não é uma realidade externa ao homem, alheia à sua vida, apartada do seu destino. E não o pode ser porque ele é uma criação humana, um produto da sociedade em que os homens se congregam. Mesmo quando ele agencia os interesses de uma só classe, como nas sociedades capitalistas, ainda aí o Estado não se aliena dos interesses das demais categorias sociais.


O reconhecimento dos direitos humanos, embora seja um reconhecimento formal pelo Estado burguês, prova que ele não pode ser uma instituição inteiramente ligada aos membros da classe dominante. O grau maior ou menor da sensibilidade social do Estado depende da consciência humana de quem o encarna. É vista nesta perspectiva que se trava a luta pela hegemonia. De um lado os que querem um Estado ampliado no curso de uma democracia progressiva. De outro os que só o concebem na sua dimensão meramente repressiva; braço armado da segurança e da propriedade.


O partido-imprensa abomina os movimentos sociais os sindicatos (que não devem ter senão uma representatividade corporativa), a nação, antevista como antecâmara do nacionalismo, e o povo sempre embriagado de populismo. Repele tudo que represente um obstáculo à livre-iniciativa, à desregulamentação e às privatizações. Aprendeu que a expansão capitalista só é possível baseada em "ganhos de eficiência", com desemprego em grande escala e com redução dos custos indiretos de segurança social, através de reduções fiscais.

Quando lemos os vitupérios dos seus principais articulistas contra políticas públicas como Bolsa Família, ProUni e Plano de Erradicação da Pobreza, dentre outros, temos que levar em conta que trabalham como quadros orgânicos de uma política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência autossustentada, caracterizada por crescentes dívidas, desemprego e anemia da atividade econômica.


Como arautos de uma ordem excludente e ventríloquos da injustiça, em nome de um suposto discurso da competência, endossaram a alienação de quase todo patrimônio público, propagando a mais desmoralizante e sistemática ofensiva contra a cultura cívica do país. Não fizeram – e fazem – apenas o serviço sujo para os que assinam os cheques, reestruturam e demitem. São intelectuais orgânicos do totalitarismo financeiro, têm com ele uma relação simbiótica. E é assim que devem ser compreendidos: como agentes de uma lógica transversa.

Merval Pereira, Miriam Leitão, Sardenberg, Eliane Cantanhêde, Dora Kramer e outros mais necessitam ser analisados sob essa perspectiva. É ela que molda a ética e o profissionalismo de todos eles. Sem mais nem menos.


* Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.